terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A CHUVA E SEUS MISTÉRIOS




A CHUVA E SEUS MISTÉRIOS
( Gracinda Calado )

Olhando a chuva que cai sinto saudades!

Minha casa grande antiga com “jacarés” jorrando água pura caindo do céu, não havia que não se jogasse debaixo daqueles “jacarés,” que pareciam cachoeiras cristalinas gratuitamente nos chamando para o banho de chuva.
A água rolava pelas calçadas altas, ladeira abaixo formando riachos imensos rumo ao rio que passava perto.
De longe o barulho das águas do rio chamava atenção a todos que moravam nas redondezas.
Meus irmãos afoitos se jogavam nas correntezas e eram levados rio abaixo juntos com outros garotos da vizinhança até encontrarem um lugar mais tranqüilo para aportar.
O gosto da chuva era diferente. Tinha gosto de fruta caída do pé, pois as formosas mangas- rosas se precipitavam naquele aguaceiro louco do inverno.
Do alto da serra desciam os galhos das ingazeiras no leito do rio e troncos de outras árvores faziam barreiras enormes, atrapalhando a água passar e seguir seu rumo.
Era um espetáculo maravilhoso! Se não fosse a chuva que caía em galopes com força para destruir as plantações e alargar os riachos secos do verão diria que o paraíso estava plantado naquele lugar.
A chuva que caía no chão não respeitava limites nem ocasiões. Caía forte como um desesperado pranto de amor. A terra ficava molhada, cheirosa, fértil, viçosa esperando a semente para germinar.
A chuva caia do céu para abençoar os lavradores e encher de alegria os plantadores de grãos. Os grãos que alimentariam seus filhos, e trariam o sustento de suas famílias durante o verão.
Ó abençoada chuva que dava vida, aos animais, as flores do campo, e as criações!
Que dava alegria a todas as crianças naquela formidável estação!

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