quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O OLHAR DA LUA

O OLHAR DA LUA
Gracinda Calado

A lua do alto vê a terra azul e chora.
Tem inveja do mar que beija a areia branca.
A lua solta beijos para os grandes rios
Que correm ligeiros para o mar beijar.

No céu as estrelas caem como lágrimas de luar.
Quando a noite chega e depois vai embora,
O mar ansioso revolta-se com as ondas,
As ondas vão beijar a praia e apreciar a lua.

A lua muitas noites chorou sem ver nosso planeta,
A terra ficou escura, não sorriu mais para a lua.
Lá de cima a lua viu a terra escura, a sombra azul.
Chorou pensando em nunca mais revê-la,
Aquela coisa linda redondinha e nua,
Toda revertida de saudade e de estrelas.

OLHANDO ESTRELAS

   OLHANDO ESTRELAS
     (Gracinda Calado)

Em noite sem lua olhando o mar, enquanto o barulho das ondas ronca tal qual um trovão, penso na grandiosidade de Deus, que fez o universo inteiro com suas organizações imutáveis!
Enquanto olho e penso, sinto a luz das estrelas que teimam em brilhar, uma em cada canto da noite escura.
Ao longe uma estrela cai no imenso fundo do oceano, eu digo:”vai com ela meus desejos”,e volto pensativa para meu canto de observação.
Fito a noite escura, e muito longe, um clarão preguiçoso se aproxima, fico pensando na lua!
Enquanto vejo o brilho das águas que vão e voltam agitadas, como prata espalhada sobre o mar ouve-se o ronco das ondas que se espalham nas areias brancas, como espumas de vidro.
Olho para o céu e vejo a lua que se aproxima pensativa, preguiçosa,iluminando boa parte do céu.
 Fico imóvel, extasiada, perplexa, delirante com tanta perfeição na noite escura.
Há pouco, a escuridão da noite cheia de mistérios, agora o céu começa a clarear!
As estrelas, quase não as vejo, sacrificam-me em olhá-las.
Vejo o cruzeiro do sul, a estrela Dalva, que aparece em competição com a lua.
Fico horas perdidas meditando na obra do criador! “No princípio era o imenso universo, depois Deus criou o céu com tudo que nele existe: a lua , o sol, as estrelas, os planetas...” tudo para o homem aproveitar das suas belezas, dos seus mistérios, da sua imensidão.
Volto a olhar a lua e naquele canto escuro, agora é claridade viva, a lua já vai alta iluminando todo céu!
Casais de namorados passeiam naquela praia imensa.
Fazem juras de amor tendo a lua por testemunha.
Passeiam calmamente e fazem parte daquele espetáculo natural do céu!
Volto para casa tranqüila, sei que terei nessa noite uma noite de sonhos ao luar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ENCANTAMENTO

ENCANTAMENTO
Gracinda Calado

Sempre amei a noite, principalmente se ela for de lua.
A noite esconde mistérios insondáveis!
Milhões de corpos celestes se espalham pela amplidão, e o céu se manifesta em silêncio inconfundível.
Sempre amei o luar envolvido em nuvens passageiras;
Ora esconde-se, ora se abre para apreciar a terra e derramar seus raios de prata sobre o azul terrestre.
Como é linda a noite! Principalmente quando ela abre seu manto azul cravejados de estrelas sobre nós, são como cristais que brilham na escuridão noturna!
O nosso olhar perplexo fita o luar e a lua generosa espalha o amor entre as pessoas amantes da noite clara.
Os corações em brasas, derretem-se na suavidade dos encantamentos do universo!
Bendita noite que traz os seus mistérios, suas magias, seus encantos aos casais de namorados, testemunhas de amores clandestinos.
Noites de luar, o som dos anjos vem cantar em nossa janela, como uma eterna melodia de natal!
O mar sereno beija a praia e reverencia a noite inconfundível de luar.
Oh noites de primaveras e magias!
Perfumes e estrelas que se confundem em nossos corpos e acalmam nossos corações apaixonados! A noite caminha envolvida no silencio do luar e espera a hora de dormir!

AS BORBOLETAS VOLTARAM

AS BORBOLETAS VOLTARAM
Gracinda Calado

As borboletas voltaram para a dança nupcial,
Encontram seus lugares, seus parceiros,
Seus amores sugam inteiro o roseiral.

Batem as asas, voam cobrindo o milharal.
Voam as borboletas, voam, vêem ao meu jardim!
Aqui terão o que guardei, meu amor sem igual.

Rodopiam no espaço, aqui, ali, e acolá,
Ficam fartas de desejos de mil beijos.
Na alcova do jardim em pleno mês de abril.

Borboletas incandescentes, pequeninas,
Asas cheias de luz reluzente no infinito,
Pares perfeitos de amores e de cores.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

AOS SETENTA ANOS

Aos setenta anos

Gracinda Calado

Envelheço e não me dou conta disso, pois me firmo em minhas ações presentes e não esqueço o meu passado nem minhas lindas lembranças da mocidade. Sei que não nos transformamos porque envelhecemos, mas porque amadurecemos. Às vezes sinto medo e solidão, mas logo encontro mão amiga, colo quente e braços que me enlaçam com calor.

Envelheço e dou asas à imaginação futura que dorme calmamente em meu espírito jovem. Renovo pactos de amizades comigo mesma, com os outros e com a natureza.

Envelheço e dentro do meu coração ainda pulsa o amor que faz a vida mais bela a cada dia. Para o ódio e as tristezas não deixo espaço no meu coração. Aprendi com a vida somar e multiplicar, nunca diminuir. Cumpro o ritual da vida em harmonia comigo mesma e com meu Criador, que me dá forças para caminhar com os pés no chão, de mãos dadas com a sabedoria.

Envelheço, e na minha caminhada encontro algumas barreiras e as afasto do caminho para ver melhor as flores, os pássaros e a natureza bela. O sol  que ainda brilha para mim;  sinto o orvalho da noite e vejo a luz do luar com o mesmo brilho que eu via na mocidade!

Envelheço, olhando no espelho minhas poucas rugas e meus cabelos grisalhos, me sinto bonita sem pensar na morte como fim de tudo, como a ultima estação aqui na terra, mas como o começo de tudo que foi preparado para mim.

Envelheço e vivo como as borboletas, sem a preocupação com o fim, pois elas deixam o casulo e se transformam em lindos e coloridos bichinhos!

Envelheço e agradeço a Deus por ter me poupado todo esse tempo, suficiente para fazer meus filhos e netos felizes e muito amados!

domingo, 12 de setembro de 2010

AOS MEUS QUERIDOS IRMÃOS

Gracinda Calado

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Hoje, dia 12 de Setembro de 2010, tive o prazer de reencontrar meus irmãos que durante meses não os via.

A minha alegria foi tanta e não faltaram os assuntos para os bate-papos, sem falar da felicidade de nos revermos, todos com saúde e felizes.

Devo agradecer a Deus esses momentos que são indescritíveis e indispensáveis em nossa vida e em nossa história familiar, pois o corre-corre do dia a dia nos afasta, mesmo todos morando na mesma cidade.

Como é importante ter irmãos, é como se os nossos pais voltassem no tempo para nos visitar e em nosso coração uma centelha de amor explodisse no ar irradiando uma luz que não sabemos explicar a razão. Somos a mesma carne, o mesmo sangue saídos da mesma entranha que algum dia nos gerou com o mesmo amor.

Olhamos uns para os outros, são oito, e em cada um o sinal da nossa identidade e a lembrança de nossos pais, que não estão mais conosco.

Espero que Deus nos proporcione momentos como esses, para que nossa energia de vida seja renovada sempre no amor e na união de toda nossa família.

Aos irmãos:
Gracinda, João Batista (Dão), José César, Miguel Sérgio (Dedeu), Mª das Graças (Dadá), Tarcília, Antoniêta (Tuluca), Goretti e Fco de Assis (Tito) em memória.