segunda-feira, 28 de outubro de 2013

GRITO SEM ECO

Gracinda Calado

Ouvi o seu grito de dor,
Senti o seu peito agitado
Pela febre e o calor.
Senti o frio e o clamoro sangue correr em suas veiasComo rios preguiçosos de dor.Segurei   suas  mãos,Suadas pelo calor da morte,e... aos poucos ... O ritmo  cansado de sua voz... me  dizia que eras vida!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

UM PINGO D'ÁGUA

GRACINDA CALADO

Um pingo de água que cai é como a gota de orvalho
Nas pétalas macias de uma rosa.
Um pingo de água que escorre da boca entreaberta
De uma mulher, é bálsamo divino dos deuses,
Um pingo de água que escorre das mãos calejadas de uma mãe,
É remédio e alivio a um coração!
Um pingo de água que brota da terra é rio caudaloso
Que jorra em busca do mar e do seu destino!
Um pingo de água que cai da chuva fresca,
Nas noites quentes de verão, sacia a sede de esperar.
Um pingo de água que explode em meu coração cura as feridas
E as dores de um amor perdido na escuridão.
Um pingo de água sacia a sede de desejo, de uma emoção!
Um pingo d água que cai é refrigério para uma alma em fogo ardente de paixão.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CIRANDA E CIRANDINHA

CIRANDA E CIRANDINHA
Gracinda Calado

Nosso tempo de criança e adolescente, é carregado de recordações, na companhia de amigos e amigas que até hoje conservamos a sincera amizade.

Em Baturité, diante dos maravilhosos jardins e das praças bem cuidadas, usufruíamos das cores e dos sabores das frutas frescas, do sol que banhava nossos cabelos, e nas noites frias de junho o brilho da lua nos encantava, ao som de ingênuas canções ou clássicos cancioneiros, saídos das irradiadoras populares, que tocavam todas as noites para nos alegrar.

Nas calçadas famílias se agrupavam para esperar a hora de dormir. Enquanto o sono não chegava, muitos assuntos eram discutidos na roda: política, economia, educação, enquanto outros, ouviam em seus rádios a “hora do Brasil”. A meninada brincava no quarteirão sob o olhar dos pais e dos irmãos mais velhos.

Quantas vezes corríamos ao redor do coreto, brincando de pega-pega, ou sentados na calçada em posição de ordem, “para descobrir onde estava o anel”? Nós éramos felizes e não sabíamos!

No tempo de adolescentes frequentávamos a sorveteria “RAINHA”, do Sr. Fransquinho, pai do nosso incondicional amigo José Helder, pessoa querida por todos , pelo seu carisma e sincera amizade. Saboreávamos gostosos picolés, sorvetes de abacate, graviola, abacaxi, sapoti, e outros, como também os sucos maravilhosos de cajá, caju, maracujá, e limão.

Que tempo bom, os encontros na casa da Nina Moreira e Carmem Silvia, “no grupo de amigos” que se reuniam para bater papo e fortalecer as amizades! No “clube dos estudantes”, frequentado na sua maioria, pelos adolescentes e estudantes de todas as idades, lá ouvíamos boas músicas, dançávamos e conversamos bastante, e todos eram amigos de verdade.

No período de féria era melhor ainda pois tínhamos mais tempo para as diversões.

Aos sábados ou domingos combinávamos passeios nos “Jesuitas “ou na “via sacra”, no rio do Sr. Otávio; no poço chamado “poço da moça”, ou tempos depois com a inauguração do balneário, dirigíamos para lá, aos banhos de piscina. Nunca para nós, mocidade da época dos anos, cinqüenta e sessenta, faltava divertimentos saudáveis, na boa companhia de nossos amigos do sexo masculino, que tinham por nós um carinho e respeito muito grandes.

Tínhamos a chegada do trem como pretexto para passear no putiú, ou para assitir a saída do trem suburbano aos domingos para Fortaleza.

Aos domingos, também íamos aos jogos intermunicipais, no Estádio do Monte Mor.