quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SE EU PUDESSE...

SE EU PUDESSE...
GRACINDA CALADO

Se eu pudesse faria o tempo passar para te ter novamente.

O teu perfil escultural seria a minha inspiração,

Olharia os teus olhos brilhantes bem perto dos meus.

Mataria esta saudade que me leva aos ventos do passado!

O que fez de nós o destino agora?

Será que nos jogou sem piedade nos braços da ilusão?

Onde ficaram os nossos sonhos que sonhamos juntos,

Onde morreram nossos projetos da mocidade,

Onde dormem nossos sentimentos e paixões?

Se eu pudesse faria o tempo voltar novamente.

Voltaria a ver com ele teus versos de amor,

Tua história e a minha de corpos jovens,

Traídos pela vontade trágica do destino.

Onde estão as marcas do tempo de felicidade,

E as promessas feitas em silencio e calma?
Longe ficaram os momentos de paixão,

Amores e ternas ilusões...

Ó tempos áureos dos folguedos inocentes,

Das músicas e das canções de primaveras!

Tempo de amores alimentados em noites frias,

Dos enamorados e dos violões plangentes.

Quisera eu voltar àqueles tempos de doçura,

Voltaria com o frescor das manhãs de outono,

Dos tempos idos e vividos sem amargura,

Na mais profunda intimidade com o tempo

Na real certeza que eras meu ainda!



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

COMO PASSA LIGEIRO A VIDA!


Gracinda Calado


Quando somos crianças não acreditamos que um dia morreremos.


Deus na sua infinita sabedoria nos pune desse castigo de pensar na morte.


O tempo passa, somos impulsionados pelos nossos projetos imediatos e o desejo de concluí-los logo. Nosso mundo é fantasiado pela força da mocidade, pela beleza de nosso corpo e pelos mistérios da criação.


Milhões de informação se descortinam a nossa frente e nós, deslumbrados com tudo que vivemos ou pretendemos viver, deixamo-nos levar pelas correntezas e seguimos o curso das águas do rio de nossas vidas.


Que beleza quando acordamos pela manhã, nossos pais ao nosso lado, as flores no jardim, os amigos que nos esperam na escola, as brincadeiras, as descobertas e os sentimentos que afloram a nossa ama!


Depois de alguns anos enfrentamos de cabeça situações embaraçosas, decepções, alguns desencontros de primaveras, amores que não vingaram desentendimentos com amigos e até com nós mesmos. Ainda não nos conhecemos bastante para enfrentar de cara a vida.


Entramos em uma nova etapa de desafio da vida; com muita coragem de construir tudo sozinhos. Primeiro uma nova família, um novo lar, uma formatura, um novo emprego, uma nova realização.


Outros projetos virão! Virão com eles os desafios do cotidiano, as batalhas da sobrevivência, a luta pela segurança de tudo conquistado até ali, e novos projetos virão. Virão novas decepções, novos desafios, novos conceitos e assim a vida vai tomando corpo, e o tempo já passou. Daremos conta desse tempo!


Tempo que nos trouxe, tempo que nos criou, tempo que nos mostra agora a sua cara, e nos mostra que já é hora de acordar!


Acordamos para a vida e ela chegou e passou depressa!






















sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FOLHAS AO VENTO DE OUTONO

Gracinda Calado
As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.

As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.

O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.

Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.

A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.

Um broto de ramo verde tráz a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.

O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.

Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.
Outono em nossa vida, são cabelos brancos desbotados.

Rostos amassados no espelho do quarto na estação da natureza.

Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.

O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.

Passa ligeira a vida, como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.

A vida espera a paz, para sentir o gosto de recomeçar.
Enquanto há vida há esperança no lugar!





Gracinda Calado
As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.

As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.

O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.

Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.

A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.

Um broto de ramo verde tráz a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.



O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.

Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.



Outono em nossa vida, são cabelos brancos desbotados.

Rostos amassados no espelho do quarto na estação da natureza.

Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.

O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.

Passa ligeira a vida, como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.

A vida espera a paz, para sentir o gosto de recomeçar.

Enquanto há vida há esperança no lugar!



domingo, 21 de agosto de 2011

QUERIDA IRMÃ TULUCA


GRACINDA CALADO

Hoje é um dia muito importante para ti, pois é teu aniversário!

Gostaria de te dizer que para mim também ele é importante. Os motivos são óbvios e verdadeiros. A comemoração que foi preparada para ti, revela o quanto tu és querida pelos teus irmãos. Da minha parte senti uma imensa alegria em te abraçar, em rever meus outros irmãos, os amigos e amigas, alguns familiares mais queridos, e relembrar momentos de nossos pais nas reuniões de família.

Lembro-me também quando tu nasceste eu te admirava muito, com teus olhos grandes e pretos, brilhantes, uma marca, (sinal de uma flor) no teu peito que nossa mãe mostrava a todos que se aproximavam para te conhecer. Depois de dois filhos homens vieste de mansinho, como quem não quer, querendo e enfeitaste nosso jardim com teu jeito sereno de flor e conquistaste a todos nós.

Sempre foi aquela que sempre estava disposta a ajudar outro irmão, quando necessitava de um apoio. Da minha parte te agradeço até hoje da época em que meus filhos ainda pequenos ficavam contigo para que eu pudesse trabalhar sem preocupações, pois tu zelavas por eles como se fosse eu. Assim sempre foste com os outros também, que um dia precisaram do teu auxilio. Tu és uma pessoa especial!

Por um momento lembrei-me de nossa irmã Tarcilia, em tua festa de aniversário. Foi interessante, pois não senti tristeza, era como se ela estivesse mais perto ainda de nós. Senti-me alegre, feliz em sentir que ela também participava em espírito das comemorações! Na hora dos parabéns vibrei por ti e pedi a Deus que te guarde sempre dos males e das doenças, pois queremos te ter ainda muitos e muitos anos ao lado de nossa família, que cada vez se multiplica!

Junto conosco, as lembranças de nossa mãe se misturavam com os retratos antigos que a Estelinha desfilava no álbum mal tratado com fotos da Inazinha, parecia uma bonequinha! Sentí saudades de tudo minha irmã, hoje na tua festinha de aniversário! Divertí-me com as poses para as fotos, sempre as brincadeiras fazem muito bem, nos traz alegrias!

Gostaria de te dizer tantas coisas e desejar-te muitos talentos e nessa hora a emoção nos trai, mas não posso deixar de te dizer que és a pessoa mais importante para todos da família, irmãos, sobrinhos, netos, bisnetos e todos os que te conhecem por mãe TULUCA!

Um grande beijo e um abraço bem apertado em meu nome e de meus filhos e meus netos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VIVER É SONHAR

Gracinda Calado
Sonhar é uma forma diferente

De se ver e se tocar.

Parece realidade o sonho fácil de achar.

Sonhar é viajar no tempo,

Passado, presente e futuro.

Sonhar é fantasiar

Lindas histórias de amor.

Quando o sonho se acaba,

Acaba a vida da gente

Deixa a gente diferente,

Deixa a gente transtornado.

Os sonhos são lágrimas, quimeras,

São tristes desolações,

São passos ligeiros perdidos,

Doces encontros fugazes,

São tristes recordações.
Os sonhos são saudades guardadas,

No mais profundo do peito,

São loucuras, fantasias,

De paixões e amores desfeitos.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

FRAGMENTOS INTERIORES


GRACINDA CALADO

Abri a porta. Nenhuma luz dentro da sala. Os móveis continuam nos lugares de sempre.O cheiro de mofo é embriagador.

Quantos anos são passados? Quantas noites e quantos dias sem a luz que iluminava tudo nos seus lugares?

Olho no quarto, a velha cama não se encontra mais. Na parede os quadros de Jesus e Maria, estão desbotados e perderam a cor. Estão pálidos, como as saudades que sinto agora e a tristeza que me angustia.

O baú que guardava os falsos tesouros, sem vida, violados pelo tempo que levou os segredos, que outrora significava importância e mistério.

O espelho na parede, corroído pela erosão do tempo, reflete mil imagens destorcidas, fantasmagóricas, imperfeitas, não segurou o tempo com sua força estranha de ver o tempo passar em cada rosto e em cada ruga.

Onde está a rede que embalava meus sonhos de criança? Ainda ouço o ruído do armador que eu pincelava com óleo para não fazer barulho.

Que saudades dos dias felizes que aqui vivi. A mesa grande, coberta de lindas toalhas bordadas de labirintos, alva como algodão. Os talheres brilhavam a luz do dia como prata de quilate especial. Os copos de vidro pareciam finos cristais...

Ainda vejo no canto ao lado do fogão, minha querida Maria fazendo doces e comidinhas gostosas para nós, e minha mãe preparando o pé de moleque mais gostoso da cidade!

Ainda ouço a voz de meus pais na hora das refeições, nos convidando para o almoço ou jantar. Na sobremesa, meu pai descascava frutas para todos nós, e no seu rosto a luz da felicidade brilhava em seu olhar, e no seu sorriso o prazer de ter todos os filhos ao seu redor!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

SEMPRE HÁ TEMPO PARA LEMBRAR UM GRANDE AMOR!

OS VERSOS QUE LHE DOU

Gracinda Calado

Aceita estes versos que fiz para você.
Enquanto penso vou me distraindo,
Mergulhando na profundeza do pensamento,
Corro para lá e para cá em direção ao vento!

Viajo ao passado de nossa longa história,
Embriago-me ao ouvir sua voz sonora e bela,
Entre os jasmins e roseirais mais que queridos
Projeto-me nos versos e reversos de nossa vitória!

Olho para o céu azul e sinto a força do vento
Que nos levará para bem longe nesta hora e
Subiremos aos píncaros distantes dessa glória!

Aceita os versos que lhe dou, eles também são seus,
Não deixa que eu divague nas asas leves do vento,
A noite é escura e longa para um triste adeus!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

QUERIDO PAI!

Gracinda Calado

Quem diria que um dia
eu perderia meu pai!
quem diria que um dia
eu seria orfã de pai.

Você se foi e eu muda,
impotente sem dizer nada
assistí você partir, fluir,
subir aos páramos do céu!

Pai! que falta você me faz!
que falta faz sua voz,
seu amor, dedicação e paz!

Quem me dera saber de você
quem me dera sentir sua paz!
quem me dera sonhar com você!

Descansa, querido velho,
aproveita as benésseis do céu,
que eu cá fico orando por você,
e jamais vou lhe esquecer!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LEMBRANÇAS DE MEU PAI

Gracinda Calado

A música revive em atos a tua história: Um tango de Gardel.
O vento me traz momentos de alegria em que passamos juntos
No solar da velha casa da ponte.

À noite ouvindo o coaxá dos sapos no jardim, ríamos de sua música dolente sem nexo ou sem entoação.

Os grilos faziam festa nas trepadeiras amarelas e roxas, cheias de flores,
E nas roseiras pequenos besouros atrevidos se encostavam,
Atraídos pelo perfume que embriagava a todos.
Quieta em um canto eu ouvia tuas histórias e façanhas do tempo da II guerra.

O sono chegava e minha mãe levava-me pelo braço para dormir.
Recordo ainda o cheiro dos teus charutos baianos, cuja fumaça se espalhava pelo ar,
E o teu olhar quase parado no tempo recordava alguma história.
Que saudades de ti meu pai!

Dos teus cuidados, do teu sorriso, da tua voz forte e do tom enérgico quando ralhavas por algum mal feito meu.

Quando eu era pequenina e ainda aprendiz das primeiras letras,
Levava-me para teu gabinete de trabalho e me oferecias um caderno novo, lápis e borracha. Nele eu desenhava, escrevia e brincava de professora com os meus alunos invisíveis.

Hoje já estou aposentada dessa profissão e muito te agradeço pelo teu empenho em me conduzir na vida.
Hoje é dia dos pais, quero cobrir-te de flores e soltar pétalas de rosas em tua memória.
Perfumar teus caminhos imagináveis e voltar ao passado de nossa linda história. Tua bênção meu pai!

domingo, 7 de agosto de 2011

NO SILÊNCIO DA NOITE...

Gracinda Calado

É no silêncio da noite que minha voz ecoa,
Debaixo deste céu estrelado de notas azuis,
Deixo falar meu coração perto do teu.

É no silêncio que se cala a alma,
Para ouvir os gemidos do coração.
Neste quadro frio desta noite calma.

Ouço vozes e sussurros mais além,
É o vento frio que passa e que vem
Amenizar a noite calma do meu bem.

Silencio frio imortal sem alma,
Fala ao meu ardente e doce coração,
Uma palavra de amor que acalma.

Na noite fria de tantos amores,
Só o silencio fala para nós dois,
Na noite escura de místicos temores.

Ò pobre alma, ilusão errante!
Vida da minha vida, luz verdadeira,
Divina prece de um amor distante!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RÉSTIA DE LUZ

(Gracinda Calado)
 

Através desta réstia de luz
Vejo a vida nascer novamente.
O brilho de ouro do sol aparece
Em minha alma como esperança...


Cresce a chama da fé.
Em deus confio e em te penso!
Pela réstia desta luz te vejo.
És vivo e és real...

Posso te ver de longe.
Ainda não posso te alcançar,
alcançar-te-ei um dia,
serei feliz contigo,
para sempre no infinito.


Minha alma anseia-te
Minha alma busca-te.
Através desta réstia de luz
Que acende em mim,
Ó esperança louca!


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ARREPIO...

Gracinda Calado

Arrepio ,quando ouço o barulho da chuva no telhado,
Quando o frio toca em meu corpo tal navalha,
Nas horas de solidão, ouvindo o sino da estação.

Quando o frio envolve o corpo numa sensação de vazio,
Fala de saudades e invade a minha alma de esperança.
Cada pingo de chuva é uma história, uma canção!

Gotas de chuva que rolam também em minha face,
Cansada de chorar e de gritar no silencio da noite,
A espera da lua e das estrelas com sua eterna magia!

Arrepio na minha alma enfeitiçada de luares
Adornada de flores e mistérios do universo,
Enquanto o sol despede-se da terra em brasa!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O PALCO DA VIDA


Gracinda Calado

O sonho é uma forma de ver a vida,

É a luz que ilumina nosso caminhar,

Ilumina os palcos de nossas vidas,

Sem justa piedade para sonhar!

No palco da vida somos reis ou rainhas,

Cravamos punhal em nosso peito.

A nossa dor é grande e pura agonia

É falsidade é fingimento é só orgia!

No picadeiro de nossas vidas

Corações vazios se despedaçam

Enquanto o riso corre solto e forte

Nos lábios e na garganta a chorar!

Um grito de desespero no céu ecoa

Longe e silencioso no peito aberto,

Primeiros sinais de uma loucura

De quem perdeu o senso de amar.

O palhaço louco grita no picadeiro,

Sua alma é fraca e sofre a dor atroz,

O sonho chega para mostrar que é hora,

De acordar do sonho que levou sua voz!



O palhaço rouco engana a platéia

Pinta o rosto para esconder o pranto

No grande palco da vida se apresenta

Para mostrar o tamanho da sua dor!

No palco da vida somos estudantes

Matriculados como aprendizes,

Até que tudo acabe e tudo apague

O resto da saudade de um grande amor