quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O ANO VELHO ESTÁ MORRENDO



Gracinda Calado

O ano passou e passaram as tristezas, as alegrias, as incertezas, as angústias, as inseguranças, tudo que vivemos e convivemos com ele.
Só não passaram: a esperança, a coragem, a serenidade e a vontade de viver.
Com otimismo encontramos forças para resistir a tudo que nos machucou, decepcionou ou torturou intimamente, ou deixou marcas profundas em nossa alma.
Percorremos caminhos, fizemos amigos, deixamos rastros, pegadas, raízes entre as pessoas que amamos.
Dentro de cada um de nós floresceram alguns sentimentos bons: de fraternidade, solidariedade, justiça, enquanto se fortificaram a esperança do amor e a capacidade de dizer: “te amo”, ou "preciso de ti”.
Fomos crianças ao embalo das manhãs claras a espera de um milagre de vida.
Fomos felizes, enquanto arrancávamos as traças, a poeira e pequenas sujeiras da alma, porque soubemos conviver com as injustiças e as ingratidões, muitas vezes com quem mais amamos.
O espetáculo do ano que passou, terminou!
Tivemos perdas, mas tivemos muitos ganhos, e uma necessidade imensa de repensar a nossa vida, fazer balanço de nossas novas amizades, refletir velhos conceitos e acontecimentos!
Floresceram em nossas consciências os propósitos de avaliar tudo aquilo que não teve acréscimo para o nosso crescimento espiritual e os que acrescentaram algo em nossa convivência, principalmente com nossos familiares e amigos mais próximos.
Para que a festa que se aproxima, com o ano que vem, 2012 seja perfeita, esqueçamos os dissabores, as mágoas do passado e tudo aquilo que nos incomoda.
Que o raiar de novo ano nos traga a certeza de que seremos muito felizes e o ano seja pleno de realizações.
Saibamos usar nossa inteligência a serviço do bem e da felicidade ; saibamos fazer também felizes os que gostam de nós. Para isto usaremos as nossas falhas para corrigir os erros que acarretaram tristezas e dissabores a alguém.
Sigamos então o caminho, recomeçando, redescobrindo, reaprendendo ser feliz e fazendo alguém também feliz, com muita coragem, força e muita compreensão!
Feliz Ano Novo!!!!!!!2012.





sábado, 10 de dezembro de 2011

MEU PRESÉPIO DE NATAL


Gracinda Calado

A manjedoura foi feita de laços de amizade. Ao seu redor muitas flores de paixão e rosas do coração! Forrei a caminha com cetim azul anil, da cor do manto de Maria.
Enfeitei os quatro cantos por onde os reis magos iriam passar e a Jesus adorar, com palmas verdes da esperança de um mundo inteiro melhor!
Perfumei todo o lugar com jasmins, orquídeas, rosas brancas e vermelhas, as cores da caridade e do amor, incensos de alecrim, alfazemas, como o amor de Maria.
Coloquei um lindo tapete de pétalas vermelhas, da cor do sangue de Jesus, que mais tarde derramaria na cruz!
São José, Nossa Senhora, lado a lados do presépio esperando a criancinha que logo nasceria, e anunciaria ao mundo inteiro o Evangelho verdadeiro!
Uma luz, igual a uma estrela branca reluzente, transparente, coloquei em cima da gruta iluminando a todos os que esperavam Jesus!
À meia noite ou noite e meia, o menino chorou na manjedoura, estava toda enfeitada e iluminada. Nessa hora os anjos de papel que eu fiz, criaram vida e cantaram para o nosso Salvador: Jesus, o Filho querido de Deus!
Todos os homens O veneram, o mundo se ajoelhou, agora na manjedoura, o divino Menino nasceu!
Aos poucos tudo se transformou em verdade desde o seu nascimento: O Filho que Deus nos deu de corpo e alma como nós, é nosso irmão, nosso pulsar do coração, a nossa salvação!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

AS BORBOLETAS VOLTARAM


Gracinda Calado

As borboletas voltaram para a dança nupcial,
Encontram seus lugares, seus parceiros,
Seus amores, sugam inteiro o roseiral.
Batem as asas, voam cobrindo o milharal.


Voam as borboletas, voam, vêem ao meu jardim!
Aqui terão o que guardei: meu amor sem igual.
Rodopiam no espaço, aqui, ali, e acolá,
Ficam fartas de desejos e de mil beijos,


Na alcova do jardim em pleno mês de abril.
Borboletas incandescentes, pequeninas,
Asas cheias de luz reluzente no infinito,
Pares perfeitos de amores e de cores.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O ARCOIRIS DE JANEIRO


Gracinda Calado

Depois da chuva o arco Iris!

No horizonte, por cima das serranias, juntinho do céu, avistava-se o arco Iris. Um verdadeiro festival de cores brilhava no céu encantando a todos que passavam por ali. O sol parecia sair de trás dos montes, era o sinal que a chuva ia embora para longe. O espetáculo se apresentava em várias cores e a mata virgem das florestas enfeitava os caminhos e as íngremes estradas.

A cor do amarelo ouro enfeitava a mata, parecia o sol caindo em distancia infinita em busca do horizonte vasto. O azul confundia-se com o azul do céu em várias cintilações, como as asas das borboletas e das araras que voavam de galho em galho. A cor lilás, o alaranjado, o branco pérola, o carmim, traziam paz para o lugar onde a saudade se avizinhava de outras cores. A mistura inconfundível resplandecia numa magia louca, deixando em nosso peito saudades eternas que a cada hora se multiplicavam naquele lugar.
A beleza natural, o perfume do mato e das flores, o canto dos pássaros, ornamentavam o arco íris num fenômeno espetacular e único! Aos poucos o arco íris foi embora sugando toda a água da chuva e o lugar ficou sombrio e triste.
Meu coração ficou apertado de tanta emoção, enquanto outros se despediam do lugar. O dia estava findo, o céu sereno vestia-se de luto na despedida do sol.
A serração destilava suas primeiras gotas e logo tudo se transformou em névoa fria.
A noite chegou e com ela a solidão do lugar. Amanhã nascerá outro dia e novamente o sol brilhará!

O ARCOIRIS DE JANEIRO

Gracinda Calado

Depois da chuva o arco Iris!
No horizonte, por cima das serranias, juntinho do céu, avistava-se o arco Iris. Um verdadeiro festival de cores brilhava no céu encantando a todos que passavam por ali. O sol parecia sair de trás dos montes, era o sinal que a chuva ia embora para longe. O espetáculo se apresentava em várias cores e a mata virgem das florestas enfeitava os caminhos e as íngremes estradas.
A cor do amarelo ouro enfeitava a mata, parecia o sol caindo em distancia infinita em busca do horizonte vasto. O azul confundia-se com o azul do céu em várias cintilações, como as asas das borboletas e das araras que voavam de galho em galho. A cor lilás, o alaranjado, o branco pérola, o carmim, traziam paz para o lugar onde a saudade se avizinhava de outras cores. A mistura inconfundível resplandecia numa magia louca, deixando em nosso peito saudades eternas que a cada hora se multiplicavam naquele lugar.
A beleza natural, o perfume do mato e das flores, o canto dos pássaros, ornamentavam o arco íris num fenômeno espetacular e único! Aos poucos o arco íris foi embora sugando toda a água da chuva e o lugar ficou sombrio e triste.
Meu coração ficou apertado de tanta emoção, enquanto outros se despediam do lugar. O dia estava findo, o céu sereno vestia-se de luto na despedida do sol.
A serração destilava suas primeiras gotas e logo tudo se transformou em névoa fria.
A noite chegou e com ela a solidão do lugar. Amanhã nascerá outro dia e novamente o sol brilhará!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A COR MARRON


Gracinda Calado
Que seria do branco se não fosse o marrom com suas nuances claras e escuras trazidas pelo calor e a luz do sol!
Nos desertos as cordilheiras de areias de tonalidades variadas de marrom se misturam ao branco da areia e ao ouro do sol.
Nas grandes matas tropicais e florestas densas, animais de grandes portes de pele escura ou plumagens cor da terra desfilam suas belezas à luz do solstício confundem-se com plantas que nos dão seus frutos deliciosos.
O chocolate que consumimos extraídos do cacau, alimento exótico, sensual da cor de nossa pele morena.
No solo forte onde tiramos o barro escuro, jorra água límpida que mata a sede e serve de alimento para revigorar as energias perdidas e vitalizar nossas células.
No chão, folhas secas caídas ao solo voam ao sopro do vento, exibem o seu brilho natural e mais tarde se transformam em adubo para alimentar as plantas que nos dão seus frutos.
A pele macia e sedosa das mulatas que causa inveja a muitos estrangeiros, cuja mistura de raça, herança de nossos ancestrais originou a nossa cor. Nos músculos fortes e rígidos dos mulatos o cenário emoldurado dos trabalhadores da negra etnia de nossa brasilidade.
As árvores que exalam perfumes de suas flores escuras, sucos e chás nos servem de remédio e calmante como a ‘canela’, planta trazida da África para nossa flora tropical. Além de tudo as árvores que nos dão seus caules marrons de todos os tons, servem na fabricação dos móveis e de construção de casas e fortes habitações.
A cor marrom, da cor da terra que pisamos e dela tiramos o nosso sustento, um dia servirá de sepultura e guardará para sempre nossos corpos.

HOJE É DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

(ESTE TEXTO FOI APRESENTADO NO DIA DA CONCIÊNCIA NEGRA DO ANO PASSADO)

AUTORA: GRACINDA CALADO

Hoje é o dia da Consciência negra.
O que se tem feito para acabar com o preconceito entre raças?
O que observamos no dia a dia, é uma especulação boba a respeito da cor da pele.
Somos todos negros, brancos, amarelos, indios, somos todos brasileiros, amamentados nas tetas pretas de nossas babás ou nos peitos brancos de nossas mães.
O nosso sangue é violeta, a raça é brasinegra, e a nossa pele é canela ou amarela, morena, perfumada, uma mistura multicor que em nenhuma terra tem.
Nossos irmãos comemoram hoje e sempre, aquilo que eles defendem: respeito e os direitos de viverem em paz com todos.
A liberdade de ir e vir sem ter que pedir licença a ninguém; livres como a lei áurea.
Se a pele é negra, a alma é branca, isso é o que interessa.
Depois da vida, a morte iguala a todos na sepultura.
Bendita a negra me me alimentou!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

DE CORPO E ALMA


Gracinda Calado

Abra sua alma e deixe que a luz que emana do seu interior brilhe e espalhe seus raios sobre todos que estão nas trevas.
Comece ainda hoje, a sentir o que fala o seu coração e ouça a voz do silencio que grita alto em seus ouvidos.
Receba o calor que emana do seu próximo e das pessoas que lhe amam.
Saiba dar e receber sem nada exigir, agradeça e proporcione momentos de alegria àqueles que sofrem, sem ter a quem socorrer.
Distribua com seus gestos, carinho e amor, e esse sentimento lhe envolverá de bênçãos e paz.
Navegue no oceano dos mistérios da vida, onde nossa inteligência não chega, pois somos pequenos aos mistérios de Deus.
Ascenda o fogo do amor nos corações, para que sua chama queime de paixão.
No oásis da vida espalhe água viva, para matar a sede que nasce no deserto da solidão.
Viva na harmonia dos anjos, suba aos patamares mais altos da tolerância e da justiça.
Sorria sempre na transparência de seus projetos traçados com perfeição e otimismo.
Use sua criatividade para fugir do mal que assola o chão que pisamos todos os dias.
Filie-se ao bem, para que sua riqueza seja repleta dos tesouros do céu.
Cante um canto novo de glórias ao nosso Deus Criador!

domingo, 13 de novembro de 2011

POEMA DO AMOR INFINITO


GRACINDA CALADO


Você sempre viveu em minha vida e,


Como uma sinfonia me cobria de cores
E me enfeitava de flores.


Você sempre fez parte da minha vida,


Ajudando-me a viver um amor intenso,


Amor que salva e enobrece a alma.


Você me fez sentir o frescor das manhãs,


O calor do sol em dias de alegria,


O fogo do amor em noites de encanto

Você me fez ser sua alma gêmea


E  sentir o ardor de seus desejos,


Guardados no sacrário de seu coração.


Você trouxe-me a paz e a confusão,


A alegria e a solidão dos apaixonados,


Trouxe-me também o fel e o mel.


Você, meu amor infinito, verdadeiro,


Poema de meu coração, sinfonia de luz,


Razão da minha própria existência!





sexta-feira, 11 de novembro de 2011

UM PINGO DÁGUA


GRACINDA CALADO

Um pingo de água que cai é como a gota de orvalho
Nas pétalas macias de uma rosa.

Um pingo de água que escorre da boca entreaberta
De uma mulher, é bálsamo divino dos deuses.

Um pingo de água que escorre das mãos calejadas de uma mãe,
É remédio e alivio a um coração!
Um pingo de água que brota da terra é rio caudaloso
Que jorra em busca do mar e do seu destino!

Um pingo de água que cai da chuva fresca,
Nas noites quentes de verão, sacia a sede de esperar.
Um pingo de água que explode em meu coração cura as feridas
E as dores de um amor perdido na escuridão.

Um pingo de água sacia a sede de um desejo, de uma emoção!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

VENTO QUE SEPARA A GENTE

VENTO QUE SEPARA A GENTE


Gracinda Calado

Há um vento que separa a gente,
Separa meu barco e o teu.
O vento de lá sopra para ir,
E o vento de cá sopra pra vir,
Que vontade de pegar os teus cabelos,
Que vontade de soltar meus cabelos...
Para o vento balançar e te alcançar.
Que vontade de fazer o vento parar,
Unir meu barco e o teu, até singrar,
Reviveremos no mar as nossas fantasias.


Quem trouxe o meu barco pro lado de cá?
Quem levou o teu barco pro lado de lá?
Será que nossos barcos não vão se encontrar?
Vento que sopra lá poderá voltar, poderá ficar,
Poderá parar, poderá singrar os barcos no mar.
Vento que sopra cá poderá chegar ao teu lugar,
Poderá deixar de um dia te procurar no mar...




 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O TEMPO

GRACINDA CALADO

O tempo é o inimigo do homem,
corre veloz, corre ligeiro,
destrói marcas que o passado teimou em deixar.

O tempo é o falso remédio para curar as feridas
que o passado teimou em guardar.
É a correnteza da vida. Segue veloz,
tal qual correntes de águas claras.

Com força, leva nossas histórias,
apaga nossas lembranças...
Anda conosco, lado a lado
juntando trapos e pedaços,
que se espalham pelo caminho,
no chão de giz de nossas vidas...

O tempo castiga os que fizeram pouco
do tempo...
O tempo passa com o passar do tempo,
o tempo não tem tempo de ter tempo,
porque há um tempo certo para cada tempo...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SE O AMANHÃ NÃO CHEGAR...


Gracinda Calado
Se o amanhã não chegar para mim e para ti, seguiremos juntos rumo ao caminho de Deus.
Cantaremos músicas de amor, e voaremos para o céu.
Se o amanhã não chegar para ti, chorarei de saudades ao te ver partir.
Lavarei com lágrimas minhas faces tristes de chorar.
Ao ti ver sair por aquela porta, me lançarei em teus braços e te direi “eu te amo, meu amor!”
Se o amanhã não chegar para mim, sentirei saudades tuas. Sorrindo lembrarei o teu sorriso lindo e teus olhos castanhos. Levarei comigo as lembranças dos beijos quentes, daquelas noites frias de inverno.
Chorarei ao te deixar. Pedirei ao meu Deus um momento antes de partir para beijar os lábios teus!
Juntinhos tu e eu, no último momento de nossas vidas, ficaremos abraçados, enlaçados pelos laços do ultimo abraço, do ultimo adeus!





segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OLHANDO ESTRELAS

(Gracinda Calado)
Em noite sem lua olhando o mar, enquanto o barulho das ondas ronca tal qual um trovão, penso na grandiosidade de Deus, que fez o universo inteiro com suas organizações imutáveis!
Enquanto olho e penso, sinto a luz das estrelas que teimam em brilhar, uma em cada canto da noite escura.
Ao longe uma estrela cai no imenso fundo do oceano, eu digo:”vai com ela meus desejos”,e volto pensativa para meu canto de observação.
Fito a noite escura, e muito longe, um clarão preguiçoso se aproxima, fico pensando na lua!
Enquanto vejo o brilho das águas que vão e voltam agitadas, como prata espalhada sobre o mar ouve-se o ronco das ondas que se espalham nas areias brancas, como espumas de vidro.
Olho para o céu e vejo a lua que se aproxima pensativa, preguiçosa,iluminando boa parte do céu.
Fico imóvel, extasiada, perplexa, delirante com tanta perfeição na noite escura.
Há pouco, a escuridão da noite cheia de mistérios, agora o céu começa a clarear!
As estrelas, quase não as vejo, sacrificam-me em olhá-las.
Vejo o cruzeiro do sul, a estrela Dalva, que aparece em competição com a lua.
Fico horas perdidas meditando na obra do criador! “No princípio era o imenso universo, depois Deus criou o céu com tudo que nele existe: a lua , o sol, as estrelas, os planetas...” tudo para o homem aproveitar das suas belezas, dos seus mistérios, da sua imensidão.
Volto a olhar a lua e naquele canto escuro, agora é claridade viva, a lua já vai alta iluminando todo céu!
Casais de namorados passeiam naquela praia imensa.
Fazem juras de amor tendo a lua por testemunha.
Passeiam calmamente e fazem parte daquele espetáculo natural do céu!
Volto para casa tranqüila, sei que terei nessa noite uma noite de sonhos ao luar!

OLHANDO ESTRELAS

(Gracinda Calado)

Em noite sem lua olhando o mar, enquanto o barulho das ondas ronca tal qual um trovão, penso na grandiosidade de Deus, que fez o universo inteiro com suas organizações imutáveis!
Enquanto olho e penso, sinto a luz das estrelas que teimam em brilhar, uma em cada canto da noite escura.
Ao longe uma estrela cai no imenso fundo do oceano, eu digo:”vai com ela meus desejos”,e volto pensativa para meu canto de observação.
Fito a noite escura, e muito longe, um clarão preguiçoso se aproxima, fico pensando na lua!
Enquanto vejo o brilho das águas que vão e voltam agitadas, como prata espalhada sobre o mar ouve-se o ronco das ondas que se espalham nas areias brancas, como espumas de vidro.
Olho para o céu e vejo a lua que se aproxima pensativa, preguiçosa,iluminando boa parte do céu.
Fico imóvel, extasiada, perplexa, delirante com tanta perfeição na noite escura.
Há pouco, a escuridão da noite cheia de mistérios, agora o céu começa a clarear!
As estrelas, quase não as vejo, sacrificam-me em olhá-las.
Vejo o cruzeiro do sul, a estrela Dalva, que aparece em competição com a lua.
Fico horas perdidas meditando na obra do criador! “No princípio era o imenso universo, depois Deus criou o céu com tudo que nele existe: a lua , o sol, as estrelas, os planetas...” tudo para o homem aproveitar das suas belezas, dos seus mistérios, da sua imensidão.
Volto a olhar a lua e naquele canto escuro, agora é claridade viva, a lua já vai alta iluminando todo céu!
Casais de namorados passeiam naquela praia imensa.
Fazem juras de amor tendo a lua por testemunha.
Passeiam calmamente e fazem parte daquele espetáculo natural do céu!
Volto para casa tranqüila, sei que terei nessa noite uma noite de sonhos ao luar!



segunda-feira, 3 de outubro de 2011

AGRADEÇA A DEUS

Gracinda Calado

Agradeça a Deus pela noite que passou e o dia que se levanta.
Agradeça pelo calor do sol e pelo brilho das estrelas em noite de luar.
Olhe-se no espelho e sorria, porque você está viva, com saúde e sorrindo!
Você que é bela e a todos encanta não pode ficar triste.
Alimente sua alma com a esperança e o amor que brota em seu coração.
Comemore a vida, cante as belezas da natureza e das flores dos jardins.
Lave sua alma das impurezas dos maus sentimentos e das amarguras.
Lave as sujeiras que atrapalham sua visão cósmica.
Veja o mundo como ele é e como Deus se preocupou com você ao criá-lo.
Não deixe que as pequenas coisas do dia a dia estraguem seu humor,
Elas fazem parte da vida dos mortais.
Não viva radicalmente do passado, não sofra por aquilo que não volta mais.
Sorria para o espelho, converse com ele como se fosse para você mesma.
Proteja-se dos males do corpo e da alma e adore a vida, que ela é bela.
Diga palavras doces e amáveis, abrace as pessoas que você ama.
Procure sentir o prazer de viver nos braços de Jesus, apenas com uma oração.
Erga a cabeça e dê uma volta por cima desta sua tristeza.
Renove-se. Saia por aí cantando, enxugue as lágrimas que molham seu rosto.
Proporcione ao seu coração a imensa felicidade de amar.
Saia por aí gritando: ”como é linda a vida”!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ADOLESCÊNCIA

ADOLESCÊNCIA
Gracinda Calado

No desabrochar da minha adolescênciaCorria pelos vales e pelos montes,

Brigava com o vento que agitava meus cabelos,

Pegava frutas no pé, subia nas ingazeiras...

Tomava banho no rio, domingos e feriados,

Espantava passarinhos, fazia bruxas de pano,

Jogava “de pedras no chão!”

Quão fagueira era a vida, não pensava em sofrimento,

Doença, nem solidão.

Corria de encontro ao sol, tomava chuva nas tardes frias,

De pés descalços, corria nas plantações para alcançar os passarinhos.

Desmanchava seus ninhos, cheios de ovinhos, tão lindos!!!

Jamais imaginei que a vida mudaria...

Mudou, ou mudei eu! Ainda vou descobrir.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MÚSICA

Gracinda Calado


Divina invenção!
Sons dos deuses do universo, és tu divina música a deusa encantada de todas as horas.
Paixão da minha vida!
Doces acordes e perenes melodias soltas no ar que eu respiro e sugo sem medo.
Divina escolha de Deus em versos no infinito dos céus.
Sagrada música!
Lágrimas dos anjos, poesias em formas de estrelas que cintilam nas noites musicais.
Sons universais dos astros e dos cometas entrelaçados de luar nas noites escuras.
Ó música, magia dos cérebros protegidos pelos deuses gregos e romanos!
Ópio dos poetas e dos apaixonados, dos que sofrem por amor.
Remédio dos inválidos e dos que no peito traçam sentimentos vazios.
Melodias com gosto de mar e de luar em noites de solidão.
Bendita música enlevo das almas perdidas amedrontadas.
Guardas em seu seio nu os segredos dos musicais e das tragédias gregas.
Tangos, valsas e boleros cheios de histórias de amor e desventuras.
Canção do infinito, divina música dos menestréis de outrora!
Paixão, saudade é seu destino enganar corações apaixonados e sofredores nas tabernas das vilas sombrias.
Divina música!
Sopro dos anjos e dos deuses,és minha vida e minha morte,
Meu destino e minha sorte!
Sons de mistérios e de magias em noites de lua cheia olhando o clarão do luar.
Meu vicio preferido que em tudo me faz sorrir e cantar!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ARREPIO

Gracinda Calado

 
Arrepio-me ,quando ouço o barulho da chuva no telhado,
Quando o frio toca em meu corpo tal navalha,
Nas horas de solidão, ouvindo o sino da estação.
Quando o frio envolve o corpo numa sensação de vazio,
Fala de saudades e invade a minha alma de esperança.
Cada pingo de chuva é uma história, uma canção!
Gotas de chuva que rolam também em minha face,
Cansada de chorar e de gritar no silencio da noite,
A espera da lua e das estrelas com sua eterna magia!
Arrepio na minha alma enfeitiçada de luares
Adornada de flores e mistérios do universo,
Enquanto o sol despede-se da terra em brasa!




quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BLOG PORTAL DO CONHECIMENTO, ESTE EU INDICO ...

PORTAL DO CONHECIMENTO

BLOG DA  RESPONSABILIDADE DO MEU AMIGO E COLEGA DA FACULDADE DE TEOLOGIA, PESSOA ÍNTEGRA, INTELIGENTE E DEVOTADA  ÀS CAUSAS SOCIAIS.

GOSTARIA DE FAZER REFERENCIA A ESSA PESSOA PELA QUALIDADE DO SEU BLOG: PORTAL DO CONHECIMENTO, QUE VISITEI HOJE E GOSTEI MUITO, PELA ESCOLHA DE SEUS TEXTOS APRESENTADOS A TODOS NÓS, PELO CARINHO DA ESCOLHA...

É UM SEGUIDOR DESTE BLOG, VERSOS E REVERSOS E SEI QUE SEMPRE NOS ACOMPANHA COM MUITA DEDICAÇÃO.
AO MEU AMIGO ROCHA ASSUNÇÃO, O MEU ABRAÇO E OS MEUS SINCEROS PARABÉNS PELO SEU BLOG, QUE É DE BOA QUALIDADE!
UM ABRAÇO DA AMIGA: GRACINDA CALADO.    EM 14/09 /11.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ACREDITEM NO AMOR!

                                Gracinda Calado
Há dois anos ganhei um lindo jarro com uma das flores mais belas que eu já vi em minha vida: Uma orquídea lilás revestida de organdi, encantadora!
Zelei, dei-lhe água, adubo para que vivesse pelo menos uns três meses como haviam me dito que viveria. A cada dia que passava eu ia lá ao jarro da minha orquídea e falava com ela, e pedia que ela não morresse.
O tempo foi passando e o ritual seguia todos os dias, logo que eu acordava ia correndo ver a flor. Seis meses depois me surpreendi com algumas pétalas caídas, outras já murchas, condenadas a morte. Fiquei muito triste!
Todas as pétalas caíram e o pé de orquídea ficou com duas folhinhas, triste eu quase não esperava mais nada dele.
Um dia pela manhã levantei-me e decidi aguar as duas folhinhas, mesmo assim quase sem vida. A cada dia esforçava-me para ver algo naquele jarro que me trouxesse alegria, em vão minhas expectativas. Certo dia acordei e contei o tempo de vida daquela planta que tanto me comoveu um dia! Um ano se passou e apenas uma folha nova apareceu. Não insisti mais, apenas aguava e adubava a planta, pois não queria que ela morresse.
Mais um ano se passou e a minha aflição continuava. Todos já zombavam de mim, pelo tempo que eu estava perdendo com aquela pobre plantinha. Procurei esquecer que ela ainda produziria uma flor sequer!
Plasmem vocês! Hoje dois anos e meio do aniversário da orquídea ela apareceu com galho cheio de botões milimétricos, pareciam pequenos grãos. Animei-me! Coloquei novamente adubo e água fresca! Conversei com ela e para minha surpresa, vários botões se abriram lindas orquídeas enfeitavam aquele vaso, de um lilás perfeito, encantador, mais bonito que a primeira flor! O milagre aconteceu estou feliz, como um filho que acabara de nascer!
Grande Deus do Universo, bendito tu és pela natureza que nos deste! Envia teus anjos para abençoar as minhas lindas orquídeas e que elas vivam pelo menos mais dois anos!
O AMOR VENCEU. ACREDITEM  NELE!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O PREÇO DA IDADE

(Gracinda Calado)
Qual o preço da idade?

Direi sem rodeios, nem medos: é o peso da inconformação.

O que não aceitas? Olhar no espelho ou o branco dos teus cabelos?

Tuas rugas no rosto?

Por que não te olhas com olhar de menina?

Este teu olhar de velha inconformada com o tempo é o teu castigo!
O tempo que passou te deixou marcas, fragmentos de uma vida bem vivida!

Ama tua pele, ama o teu coração que tanto amou um dia!

Não rejeite as aparências do tempo, pois nelas está toda tua sabedoria!

Não rejeite os mistérios da tua alma, que ela foi um dia testemunha das tuas vitórias e das tuas alegrias.

Agradeça tudo que da vida tiraste e o que ela te ofereceu!

Confia que um dia passaremos e levaremos o que de mais sagrado temos.

Um dia olharás no espelho da alma e não mais verás as rugas do teu rosto, nem teus cabelos brancos, verás somente a transparência do amor que tu levaste para a outra vida.
Não chorarás de amores vividos, pois o tempo não existirá mais.

Agora aceita o preço da tua idade!

Sonha com flores e jardins.

Não desista nunca de viver!

Crê, um dia ou a cada dia tudo começará novamente!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ENQUANTO O SOL NÃO VEM

Gracinda Calado
Anoitece!

Pouco a pouco tudo se tornará tranqüilidade.

O bosque exibe suas árvores carregadas de flores da primavera,

Exalam um perfume maravilhoso, aproveito o momento e caminho até minha casa.

Serena, volto ao lar depois de um dia de trabalho.

Depois da ceia noturna leio um livro, e releio os sonetos de Camões.

Durmo e acordo na madrugada; sem nenhum motivo vou à janela e olho a rua.

A natureza está morna, sem nenhuma brisa para refrescar a madrugada.

O conjunto de luzes acesas nos apartamentos, parece uma chuva de estrelas no ar.

Aos poucos algumas janelas se abrem e as luzes se apagam.

Por uma faixa de visão, avisto o mar distante, sinto que a manhã já está chegando, lenta e calma.

No céu umas nuvens escuras ameaçam transformar a paisagem da janela.

Devagarzinho as ruas acordam, enquanto o sol derrama uma luz clara sobre a cidade sonolenta. Preguiçosamente os coletivos se arrastam pela avenida principal do bairro e os trabalhadores do dia correm para pegar suas conduções.

Os vigilantes da noite voltam para casa sonolentos e cansados.

Amanhece e a luz do sol agora intensa cobre toda a cidade!

Foi-se embora mais uma noite e eu nem notei, admirada com a beleza do céu, com o perfume da madrugada e com o barulho do mar!

sábado, 3 de setembro de 2011

VIDA EFÊMERA!


Gracinda Calado


Nem mesmo o brilho do teu olhar brilhará para sempre!
Assim são as flores das cerejeiras que desabrocham hoje perfumando e enfeitando a natureza toda, viverão para sempre!
Elas marcam a primavera a estação do amor que um dia também se acabará.
A nossa vida, a vida de nossos pais, nossos amigos, nossos filhos, netos bisnetos ... Passarão como nuvens que foram vida e luz, passarão ao sopro do vento, seguindo o ciclo normal das criaturas.
As flores que floresceram nos jardins aos cuidados dos jardineiros, definharão ao calor do sol e ao frio da noite, ao balanço do vento, ao sopro dos vendavais, se - tornarão adubos para outras flores, e outros jardins.
Os dias e as noites que cativamos histórias passaram como um filme em que fomos personagem principal do enredo.
Passarão nossos prazeres, nossos sofrimentos, nossos deslumbramentos, nossas riquezas, nossas dores que julgávamos eternas, nossas doenças que pensávamos incuráveis, também passarão!
Passarão o hoje e o amanhã que se tornarão passado!
Passará a vida, pois ela é efêmera e renascerá a eternidade.
Só uma coisa nunca passará: a existência de Deus!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SE EU PUDESSE...

SE EU PUDESSE...
GRACINDA CALADO

Se eu pudesse faria o tempo passar para te ter novamente.

O teu perfil escultural seria a minha inspiração,

Olharia os teus olhos brilhantes bem perto dos meus.

Mataria esta saudade que me leva aos ventos do passado!

O que fez de nós o destino agora?

Será que nos jogou sem piedade nos braços da ilusão?

Onde ficaram os nossos sonhos que sonhamos juntos,

Onde morreram nossos projetos da mocidade,

Onde dormem nossos sentimentos e paixões?

Se eu pudesse faria o tempo voltar novamente.

Voltaria a ver com ele teus versos de amor,

Tua história e a minha de corpos jovens,

Traídos pela vontade trágica do destino.

Onde estão as marcas do tempo de felicidade,

E as promessas feitas em silencio e calma?
Longe ficaram os momentos de paixão,

Amores e ternas ilusões...

Ó tempos áureos dos folguedos inocentes,

Das músicas e das canções de primaveras!

Tempo de amores alimentados em noites frias,

Dos enamorados e dos violões plangentes.

Quisera eu voltar àqueles tempos de doçura,

Voltaria com o frescor das manhãs de outono,

Dos tempos idos e vividos sem amargura,

Na mais profunda intimidade com o tempo

Na real certeza que eras meu ainda!



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

COMO PASSA LIGEIRO A VIDA!


Gracinda Calado


Quando somos crianças não acreditamos que um dia morreremos.


Deus na sua infinita sabedoria nos pune desse castigo de pensar na morte.


O tempo passa, somos impulsionados pelos nossos projetos imediatos e o desejo de concluí-los logo. Nosso mundo é fantasiado pela força da mocidade, pela beleza de nosso corpo e pelos mistérios da criação.


Milhões de informação se descortinam a nossa frente e nós, deslumbrados com tudo que vivemos ou pretendemos viver, deixamo-nos levar pelas correntezas e seguimos o curso das águas do rio de nossas vidas.


Que beleza quando acordamos pela manhã, nossos pais ao nosso lado, as flores no jardim, os amigos que nos esperam na escola, as brincadeiras, as descobertas e os sentimentos que afloram a nossa ama!


Depois de alguns anos enfrentamos de cabeça situações embaraçosas, decepções, alguns desencontros de primaveras, amores que não vingaram desentendimentos com amigos e até com nós mesmos. Ainda não nos conhecemos bastante para enfrentar de cara a vida.


Entramos em uma nova etapa de desafio da vida; com muita coragem de construir tudo sozinhos. Primeiro uma nova família, um novo lar, uma formatura, um novo emprego, uma nova realização.


Outros projetos virão! Virão com eles os desafios do cotidiano, as batalhas da sobrevivência, a luta pela segurança de tudo conquistado até ali, e novos projetos virão. Virão novas decepções, novos desafios, novos conceitos e assim a vida vai tomando corpo, e o tempo já passou. Daremos conta desse tempo!


Tempo que nos trouxe, tempo que nos criou, tempo que nos mostra agora a sua cara, e nos mostra que já é hora de acordar!


Acordamos para a vida e ela chegou e passou depressa!






















sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FOLHAS AO VENTO DE OUTONO

Gracinda Calado
As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.

As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.

O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.

Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.

A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.

Um broto de ramo verde tráz a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.

O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.

Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.
Outono em nossa vida, são cabelos brancos desbotados.

Rostos amassados no espelho do quarto na estação da natureza.

Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.

O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.

Passa ligeira a vida, como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.

A vida espera a paz, para sentir o gosto de recomeçar.
Enquanto há vida há esperança no lugar!





Gracinda Calado
As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.

As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.

O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.

Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.

A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.

Um broto de ramo verde tráz a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.



O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.

Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.



Outono em nossa vida, são cabelos brancos desbotados.

Rostos amassados no espelho do quarto na estação da natureza.

Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.

O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.

Passa ligeira a vida, como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.

A vida espera a paz, para sentir o gosto de recomeçar.

Enquanto há vida há esperança no lugar!



domingo, 21 de agosto de 2011

QUERIDA IRMÃ TULUCA


GRACINDA CALADO

Hoje é um dia muito importante para ti, pois é teu aniversário!

Gostaria de te dizer que para mim também ele é importante. Os motivos são óbvios e verdadeiros. A comemoração que foi preparada para ti, revela o quanto tu és querida pelos teus irmãos. Da minha parte senti uma imensa alegria em te abraçar, em rever meus outros irmãos, os amigos e amigas, alguns familiares mais queridos, e relembrar momentos de nossos pais nas reuniões de família.

Lembro-me também quando tu nasceste eu te admirava muito, com teus olhos grandes e pretos, brilhantes, uma marca, (sinal de uma flor) no teu peito que nossa mãe mostrava a todos que se aproximavam para te conhecer. Depois de dois filhos homens vieste de mansinho, como quem não quer, querendo e enfeitaste nosso jardim com teu jeito sereno de flor e conquistaste a todos nós.

Sempre foi aquela que sempre estava disposta a ajudar outro irmão, quando necessitava de um apoio. Da minha parte te agradeço até hoje da época em que meus filhos ainda pequenos ficavam contigo para que eu pudesse trabalhar sem preocupações, pois tu zelavas por eles como se fosse eu. Assim sempre foste com os outros também, que um dia precisaram do teu auxilio. Tu és uma pessoa especial!

Por um momento lembrei-me de nossa irmã Tarcilia, em tua festa de aniversário. Foi interessante, pois não senti tristeza, era como se ela estivesse mais perto ainda de nós. Senti-me alegre, feliz em sentir que ela também participava em espírito das comemorações! Na hora dos parabéns vibrei por ti e pedi a Deus que te guarde sempre dos males e das doenças, pois queremos te ter ainda muitos e muitos anos ao lado de nossa família, que cada vez se multiplica!

Junto conosco, as lembranças de nossa mãe se misturavam com os retratos antigos que a Estelinha desfilava no álbum mal tratado com fotos da Inazinha, parecia uma bonequinha! Sentí saudades de tudo minha irmã, hoje na tua festinha de aniversário! Divertí-me com as poses para as fotos, sempre as brincadeiras fazem muito bem, nos traz alegrias!

Gostaria de te dizer tantas coisas e desejar-te muitos talentos e nessa hora a emoção nos trai, mas não posso deixar de te dizer que és a pessoa mais importante para todos da família, irmãos, sobrinhos, netos, bisnetos e todos os que te conhecem por mãe TULUCA!

Um grande beijo e um abraço bem apertado em meu nome e de meus filhos e meus netos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

VIVER É SONHAR

Gracinda Calado
Sonhar é uma forma diferente

De se ver e se tocar.

Parece realidade o sonho fácil de achar.

Sonhar é viajar no tempo,

Passado, presente e futuro.

Sonhar é fantasiar

Lindas histórias de amor.

Quando o sonho se acaba,

Acaba a vida da gente

Deixa a gente diferente,

Deixa a gente transtornado.

Os sonhos são lágrimas, quimeras,

São tristes desolações,

São passos ligeiros perdidos,

Doces encontros fugazes,

São tristes recordações.
Os sonhos são saudades guardadas,

No mais profundo do peito,

São loucuras, fantasias,

De paixões e amores desfeitos.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

FRAGMENTOS INTERIORES


GRACINDA CALADO

Abri a porta. Nenhuma luz dentro da sala. Os móveis continuam nos lugares de sempre.O cheiro de mofo é embriagador.

Quantos anos são passados? Quantas noites e quantos dias sem a luz que iluminava tudo nos seus lugares?

Olho no quarto, a velha cama não se encontra mais. Na parede os quadros de Jesus e Maria, estão desbotados e perderam a cor. Estão pálidos, como as saudades que sinto agora e a tristeza que me angustia.

O baú que guardava os falsos tesouros, sem vida, violados pelo tempo que levou os segredos, que outrora significava importância e mistério.

O espelho na parede, corroído pela erosão do tempo, reflete mil imagens destorcidas, fantasmagóricas, imperfeitas, não segurou o tempo com sua força estranha de ver o tempo passar em cada rosto e em cada ruga.

Onde está a rede que embalava meus sonhos de criança? Ainda ouço o ruído do armador que eu pincelava com óleo para não fazer barulho.

Que saudades dos dias felizes que aqui vivi. A mesa grande, coberta de lindas toalhas bordadas de labirintos, alva como algodão. Os talheres brilhavam a luz do dia como prata de quilate especial. Os copos de vidro pareciam finos cristais...

Ainda vejo no canto ao lado do fogão, minha querida Maria fazendo doces e comidinhas gostosas para nós, e minha mãe preparando o pé de moleque mais gostoso da cidade!

Ainda ouço a voz de meus pais na hora das refeições, nos convidando para o almoço ou jantar. Na sobremesa, meu pai descascava frutas para todos nós, e no seu rosto a luz da felicidade brilhava em seu olhar, e no seu sorriso o prazer de ter todos os filhos ao seu redor!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

SEMPRE HÁ TEMPO PARA LEMBRAR UM GRANDE AMOR!

OS VERSOS QUE LHE DOU

Gracinda Calado

Aceita estes versos que fiz para você.
Enquanto penso vou me distraindo,
Mergulhando na profundeza do pensamento,
Corro para lá e para cá em direção ao vento!

Viajo ao passado de nossa longa história,
Embriago-me ao ouvir sua voz sonora e bela,
Entre os jasmins e roseirais mais que queridos
Projeto-me nos versos e reversos de nossa vitória!

Olho para o céu azul e sinto a força do vento
Que nos levará para bem longe nesta hora e
Subiremos aos píncaros distantes dessa glória!

Aceita os versos que lhe dou, eles também são seus,
Não deixa que eu divague nas asas leves do vento,
A noite é escura e longa para um triste adeus!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

QUERIDO PAI!

Gracinda Calado

Quem diria que um dia
eu perderia meu pai!
quem diria que um dia
eu seria orfã de pai.

Você se foi e eu muda,
impotente sem dizer nada
assistí você partir, fluir,
subir aos páramos do céu!

Pai! que falta você me faz!
que falta faz sua voz,
seu amor, dedicação e paz!

Quem me dera saber de você
quem me dera sentir sua paz!
quem me dera sonhar com você!

Descansa, querido velho,
aproveita as benésseis do céu,
que eu cá fico orando por você,
e jamais vou lhe esquecer!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LEMBRANÇAS DE MEU PAI

Gracinda Calado

A música revive em atos a tua história: Um tango de Gardel.
O vento me traz momentos de alegria em que passamos juntos
No solar da velha casa da ponte.

À noite ouvindo o coaxá dos sapos no jardim, ríamos de sua música dolente sem nexo ou sem entoação.

Os grilos faziam festa nas trepadeiras amarelas e roxas, cheias de flores,
E nas roseiras pequenos besouros atrevidos se encostavam,
Atraídos pelo perfume que embriagava a todos.
Quieta em um canto eu ouvia tuas histórias e façanhas do tempo da II guerra.

O sono chegava e minha mãe levava-me pelo braço para dormir.
Recordo ainda o cheiro dos teus charutos baianos, cuja fumaça se espalhava pelo ar,
E o teu olhar quase parado no tempo recordava alguma história.
Que saudades de ti meu pai!

Dos teus cuidados, do teu sorriso, da tua voz forte e do tom enérgico quando ralhavas por algum mal feito meu.

Quando eu era pequenina e ainda aprendiz das primeiras letras,
Levava-me para teu gabinete de trabalho e me oferecias um caderno novo, lápis e borracha. Nele eu desenhava, escrevia e brincava de professora com os meus alunos invisíveis.

Hoje já estou aposentada dessa profissão e muito te agradeço pelo teu empenho em me conduzir na vida.
Hoje é dia dos pais, quero cobrir-te de flores e soltar pétalas de rosas em tua memória.
Perfumar teus caminhos imagináveis e voltar ao passado de nossa linda história. Tua bênção meu pai!

domingo, 7 de agosto de 2011

NO SILÊNCIO DA NOITE...

Gracinda Calado

É no silêncio da noite que minha voz ecoa,
Debaixo deste céu estrelado de notas azuis,
Deixo falar meu coração perto do teu.

É no silêncio que se cala a alma,
Para ouvir os gemidos do coração.
Neste quadro frio desta noite calma.

Ouço vozes e sussurros mais além,
É o vento frio que passa e que vem
Amenizar a noite calma do meu bem.

Silencio frio imortal sem alma,
Fala ao meu ardente e doce coração,
Uma palavra de amor que acalma.

Na noite fria de tantos amores,
Só o silencio fala para nós dois,
Na noite escura de místicos temores.

Ò pobre alma, ilusão errante!
Vida da minha vida, luz verdadeira,
Divina prece de um amor distante!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RÉSTIA DE LUZ

(Gracinda Calado)
 

Através desta réstia de luz
Vejo a vida nascer novamente.
O brilho de ouro do sol aparece
Em minha alma como esperança...


Cresce a chama da fé.
Em deus confio e em te penso!
Pela réstia desta luz te vejo.
És vivo e és real...

Posso te ver de longe.
Ainda não posso te alcançar,
alcançar-te-ei um dia,
serei feliz contigo,
para sempre no infinito.


Minha alma anseia-te
Minha alma busca-te.
Através desta réstia de luz
Que acende em mim,
Ó esperança louca!