quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

MEU FILHO!


GRACINDA CALADO

Filho meu, que gerei nas entranhas


Do meu corpo fértil e jovem,

Busquei-te no astral dos deuses,

No reinado do rei sol e da lua!



Entreguei teu corpo frágil e belo

Aos deuses que dançavam no Olímpio,

Doei-te a vida no sacrário santo

Do meu ser, onde desabrochou o amor!



Fui buscar-te onde só reina a paz,

Resgatei tua alma pura infantil,

Ao mundo dos viventes do planeta terra,

Para seres parte de mim e de teu pai!



Amei-te mesmo antes de nascer à luz,

Conservei tua doce vida nove meses

Em meu seio jovem com muito carinho

Até o dia em que criaste asas como os anjos!



Vibrei com a tua chegada na constelação

Da terra, no meio das estrelas pequeninas,

Até te fazeres carne verdadeira entre nós.



Nas caladas da noite te abençoei,

Como quem abençoa um anjo querubim

Até desceres para viver e chegar a mim!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AO APAGAR DAS LUZES!


GRACINDA CALADO

DEPOIS DE TUDO ESCURECER, QUEM IRÁ NOS AMPARAR SE ALUZ NÃO VEM?

QUEM CHEGARÁ PARA DIZER UMA PALAVRA DE CARINHO, UM GESTO DE AMOR, OU UM ALÔ?

SÓ SEI QUE ENTRAREMOS EM LUGAR DESCONHECIDO E INFINITAMENTE ESTRANHO PARA NÓS. SEGUIREMOS O RUMO DO INFINITO E LÁ TUDO ACONTECERÁ DIFERENTE DO QUE IMAGINAMOS. UMA FLOR SURGIRÁ E SE ABRIRÁ DIANTE DE NÓS. O SOL RENASCERÁ E JAMAIS SE APAGARÁ!

O VÉU DO INFINITO SE DESCURTINARÁ AOS NOSSOS OLHOS, UMA FIGURA TRANSPARENTE, RELUZENTE SURGIRÁ PARA NOS LEVAR NO COLO.

NO ACONCHEGO DA TRANSPARENCIA, SURGIRÁ NO CÉU A IMAGEM DA PERFEIÇÃO. LÁ NÃO SENTIREMOS MAIS AS DORES DO NOSSO CANSADO CORPO, POIS A TERRA SE ENCARREGARÁ DE TRANSFORMÁ-LO. NOSSOS OLHOS VERÃO A FACE NUA DE DEUS CARA A CARA, E OS SONS QUE ECOAM SUAVEMENTE EM NOSSOS OUVIDOS RECONFORTARÃO A NOSSA ALMA, ILUMINADA PELA LUZ QUE BRILHA SEM PARAR NA IMENSIDÃO DO ESPAÇO SIDERAL.

O VÉU DO FIRMAMENTO SE ABRIRÁ COMO UMA POÉTICA ÓPERA TEATRAL, DRIBLANDO AS CORES, MULTICORES QUE PERMEIAM OS CÉUS COM SEUS MISTÉRIOS INSONDÁVEIS!

A LEVEZA DO NOSSO SER É ALGO SENSACIONAL AO NOSSO ESPÍRITO REDIMIDO PELO AMOR DE DEUS, QUE NOS LEVARÁ AO VÔO MAIS ALTO E MAIS DISTANTE !

JAMAIS PRECISREMOS DE ALGUÉM PARA NOS AMPARAR OU SEGURAR A MÃO, O MEDO NÃO EXISTIRÁ PARA NÓS NA OUTRA DIMENSÃO! SOMOS LUZ DO UNIVERSO EM EXPANSÃO! SOMOS O AMOR EM PERFEIÇÃO! SOMOS O BRILHO DAS ESTRELAS NO CORAÇÃO DO CRIADOR!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CARAS E BOCAS...

Gracinda Calado


Cada fisionomia exprime uma face nua.

Face tranqüila, calma sorridente, alegre, cheia de vigor. Expressa carinho desejo e amor, emoção sinceridade mesmo na dor.

Cara sofrida, triste, perdida, sem rumo na vida, às vezes calada, tristonha, às vezes cansada, manhosa, sincera, às vezes amada.

Cara de olhar penetrante, lábios excitantes, boca carmim, deixa transparecer muito amor, também muita dor no seu interior.

Cara de pele macia, perfil delicado, olhar de princesa, parece ser bela por fora, por dentro é pura ironia, monotonia.

Cara de sorriso largo, nariz afilado, empinado, cheia de segredos, gosta de brinquedos de amor e não sabe o que é dor.

Cara de amigo sincero, frescor de criança, cara cheia de esperança. Coração aberto sempre disponível em todos os momentos da vida, na tristeza e na alegria.

Cara de irmão brincalhão, sempre cantando uma canção, saudoso, querido, retraído, preocupado com seu coração.



Em cada cara uma canção, uma lição, uma ação!

Em cada cara uma verdade, uma saudade, uma vontade de viver.

Em cada cara um poema, um sistema de viver. Uma coragem de agir e de sentir o amor e a dor sem se entregar ou sofrer.

Cada rosto tem o seu retrato, com trato ou maltrato, com cor ou sem cor, com viço ou frescor!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CASA VELHA DA PONTE


Gracinda Calado

Casa velha da ponte, das noites de lua cheia, dos coaxás dos sapos, dos ruídos dos grilos, do farfalhar das borboletas nas trepadeiras e nas acácias...

Casa velha do cheiro de doce de leite que minha mãe fazia, dos bolos pés de moleques, das comidinhas gostosas aos domingos, do cheiro de rapadura, das cocadas e dos beijus, das tapiocas e das frutas colhidas pelo meu pai!

Casa velha dos dias de chuva, dos trovões, das enxurradas, das enchentes do rio, das correntezas, do barulho das pedras rolando rio abaixo.

Casa velha dos jardins de minha mãe, das roseiras perfumadas, dos jasmins, das margaridas, das adálias e das palmeiras...

Nossa casa era um abrigo de amor e de ternura. Hoje não existe mais, só na saudade da gente, dos filhos que não a esquecem jamais!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SONHOS


GRACINDA CALADO

Jamais deixaremos de sonhar, pois os sonhos nunca envelhecem.

Quando sonhamos vivemos e revivemos histórias de amor, de fantasias e de vitórias!


Somos como a natureza, sábia, que se renova a cada estação do ano.


Somos primavera, despontamos para a vida com entusiasmo e alegria. Dançamos com as cores, cantamos ao luar, sonhamos com amores!


Quando chega o verão, renovamos nossos propósitos, nossas ações, nossos projetos, como as folhas que surgem sempre verdes, nos galhos secos de cada estação! Nossos sonhos são: a perfeição da vida em ebulição.

No outono nos defendemos dos ventos fortes e com prazer brincamos com os vendavais, nunca deixamos que eles nos levem. Somos sombras nas encruzilhadas da vida, enfeitamos as ruas e os becos com nossas flores, produzimos frutos, que são nossos filhos e estamos sempre à espera de algo novo para acontecer. Sonhamos com primaveras!

Na estação mais crítica e fria, sabemos nos comportar com maturidade, inteligência e sabedoria. O inverno nos prepara para novos projetos que virão com a certeza de que cumprimos muito bem a nossa missão! Nossos sonhos foram realizados, então podemos partir!