sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A ROSA AZUL


A ROSA AZUL

Gracinda Calado

Aquela rosa era azul, brilhava como as estrelas em noites de luar.
Às vezes causava inveja às outras rosas do jardim, pois seu perfume era inconfundível.
Nas noites de lua cheia ela surgia radiante e perfumada igual à flor jasmim.

Era uma rosa tão linda, da cor do céu e dos olhos de Maria, mãe de Jesus.
Às vezes eu ficava pensando nos mistérios da natureza, entendia como é belo viver, sentir o cheiro do mar, ver a luz das estrelas clareando a escuridão, ouvir o canto dos pássaros, o pio das corujas em noites de serração esquentando seus filhotes nos galhos secos com frio.

Assim a natureza como a rosa azul, iluminava tudo ao redor do jardim, com sua cor diferente, seu perfume embriagava até o coração da gente.
A rosa azul era um mistério, uma rosa de rara beleza, suas pétalas eram mágicas e só se abriam em noites de lua cheia, para confundir as outras rosas que sorriam da sua cor.
A rosa azul era alegre, vibrante cheia de graça e de sedução!

sábado, 24 de janeiro de 2009

UM LUGAR CHAMADO FELICIDADE




UM LUGAR CHAMADO FELICIDADE
Gracinda Calado

Leva-me vento para longe, para a Felicidade!
Lá eu não morrerei e jamais sofrerei.
Lá tem tudo que eu quero, tem amor que espero,
Tem alegria e paixão, tem muita badalação.
Digo tudo que eu penso sem ninguém me contestar.

Leva-me vento para a terra da Felicidade,
Onde a lua é pequena parece mais um brinquedo,
Posso brincar com ela à noite sem medo.
O sol namora com a lua e é parente dos astros,
Irmão dos outros planetas, isto não é segredo.

Leva-me vento pra longe das misérias do mundo,
Pois a Felicidade é lugar de plena glória,
Todos são reis e rainhas, todos cantam vitória.
Nessa terra serei gente, muito amada por todos,


O coração é fiel, a alma imortal, o corpo sensacional

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

SUBINDO A LADEIRA


SUBINDO A LADEIRA

Gracinda Calado

Como me recordo aqueles dias de chuva em que eu subia tuas ladeiras como sabão, escorregando em meu coração uma saudade; ele pulsava ao impulso da subida só em pensar que no outro lado da rua alguém estava a me esperar!
Minhas pernas ficavam bambas e meu fôlego ficava curto em pensar nele.

A juventude me favorecia na subida das ladeiras!
A ondulação das serras favorecia o desce e sobe do meu coração!
Ainda guardo com saudades os morros mal vestidos dos casarões humildes e desajeitados em contraste com os bangalôs antigos nas subidas e nas descidas de suas ruas calçadas de pedras.
Na rua da cadeia, quase no centro da cidade se escondia um dos prédios mais antigos e bonitos, “a cadeia pública da cidade” Para chegar lá temos que subir e descer enormes ladeiras.
No bairro Putiú um dos mais visitados pelos turistas também tem suas dificuldades geográficas de descida e subida.
No alto da serra a soberania do convento dos padres jesuítas, majestosa arquitetura que ainda resiste o tempo e sua história, fica no alto da serra de Baturité com uma vista maravilhosa para todo o vale de Redenção.
Subindo suas ladeiras apresso-me em rezar as antigas vias-sacras e o rosário de Nossa Senhora de Fátima. Um espetáculo a olho nu, é como se o céu descesse para abençoar toda a cidade!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

RETALHOS DE POESIAS


RETALHOS DE POESIAS

Gracinda Calado

Retalhos de poesias,
O que restou de nós dois
Almas em agonias...

O que restou de mim,
Suspiro de poesia
Vermelha cor carmim...

Restos de amor e dor
Cicatrizes em retalhos,
Pedaços de mortalhas...

Retalhos de poesias
Poemas em migalhas,
Almas em fantasias...

Profundas cicatrizes
Almas em agonias,
Corações partidos
Corpos vencidos,

Olhos em triste espanto,
Lábios secos sedentos,
Peito aberto em pranto,
Boca seca em desencanto.

sábado, 17 de janeiro de 2009

OS GIRASSOIS


OS GIRASSÓIS

Gracinda Calado

A grande sabedoria de Deus está na natureza, aos nossos olhos.
Numa flor que nasce e cresce, no fruto que amadurece,
No sol que todos os dias derrama sua luz fecunda sobre a terra;
À tardinha se esconde e morre.

Quem já viu uma flor girassol esteve frente a frente com uma das mais perfeitas criações da natureza.
Sua beleza inconfundível abre-se como um chapéu na direção do sol, reverenciando a luz que emana de sua grandeza.
À noite fecha-se para dormir enquanto as estrelas dormem e o sol não vem.
Nas primeiras horas da manhã, inclina-se a majestosa flor para receber os primeiros raios solares e vivificar sua corola amarela, brilhante, majestosa, elegante e cheia de charme.

O girassol é uma dádiva do céu!
Mistério da natureza sem igual.
O girassol acompanha a luz solar, além de se abrir para as abelhas sugarem o mel e os jardins enfeitar!
Quando o sol se esconde, o girassol fica triste e morre pra nascer no outro dia ao amanhecer acompanhando o ritual do sol. Que lindo é o girassol!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

SERRAS E SERRAÇÕES


SERRAS E SERRAÇÕES

Gracinda Calado

Quem dera ver-te sempre verde em teus lugares privilegiados, abençoados por Deus e a natureza!
Quem dera ver-te todos os dias ao som da ave-maria, ouvindo o sino bater chamando para rezar!
Quando fecho os olhos para dormir, contigo sonho e acordo ao amanhecer olhando teu verde degradê!
Serras dos meus cantares e dos meus pesares da mocidade e da infância as saudades!
Serras das serrações e dos dias frios em nosso corpo franzino, corpo de menino “malino” abusado!
Onde ficaram nossos olhares, nossos lugares enfeitados de flores dos ricões das serrações?
Serras que a nossa vista alcança, durante as caminhadas, subindo e descendo teus fortes caminhos debaixo das serrações!
Nossas serras queridas, perfumadas, enfeitadas de flores, samambaias, papoulas, miosótis, margaridas!
Serras onde o sol se esconde todos os dias à tardinnha fica bem escondidinho para não ser incomodado!
Vejo de longe teu jeito altaneiro, todo coberto de verde, azul, lilás, amarelo, vermelho dos teus cafés, branco de tuas flores e roxo dos teus ipês!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SERRAS E SERRAÇÕES


SERRAS E SERRAÇÕES

Gracinda Calado

Quem dera ver-te sempre verde em teus lugares privilegiados, abençoados por Deus e a natureza!
Quem dera ver-te todos os dias ao som da ave-maria, ouvindo o sino chamando para rezar!
Quando fecho os olhos para dormir, contigo sonho e acordo ao amanhecer olhando teu verde degradê!
Serras dos meus cantares e dos meus pesares da mocidade e da infância as saudades!
Serras das serrações e dos dias frios em nosso corpo franzino, corpo de menino “malino” abusado!
Onde ficaram nossos olhares, nossos lugares enfeitados de flores dos ricões das serrações?
Serras que a nossa vista alcança, durante as andanças, subindo e descendo os fortes caminhos debaixo das serrações!
Nossas serras queridas, perfumadas, enfeitadas de flores, samambaias, papoulas, miosótis, margaridas!
Serras onde o sol se esconde todos os dias à tardinha; de teus ipês dos teus cafés todo coberto de flores.
Vejo de longe teu jeito altaneiro, todo coberto de verde, azul, lilás, amarelo, vermelho de cafés, branco de flores e roxo de seus ipês!

Serras do meu coração de criança e apaixonada por ti!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

CASARÕES ANTIGOS

CASARÕES ANTIGOS
Gracinda Calado

Nas ruas da minha cidade dezenas de casarões se espalham revivendo o passado que nossos pais construíram.
Aqueles salões de pedra e cal guardam emoções, amores, recordações, lembranças eternas de paixões!

Cento e cinqüenta anos são passados e o mesmo chão que eles pisaram, revivem ainda emoções.
Filhos, netos, bisnetos, trinetos se encantam com suas histórias verdadeiras, canções e cantares de vultos que deixaram marcados suas passagens nas praças e nas esquinas das ruas antigas, onde marcam os nomes daqueles que amamos um dia e fizeram da história de nossa terra um marco de amor e glória!

Milhares de famílias tradicionais se dedicaram à educação, à saúde pública, e as atividades sociais de nossa terra, sem medirem esforços para o engrandecimento de nosso torrão natal!
Baturité conhecida como cidade intelectual, para lá vieram evangelizadores, professores, padres, colonizadores, escritores, poetas e pensadores.
Construtores, homens que se dedicaram ao bem estar da cidade, políticos, conquistadores, exploradores, agricultores, cafeicultores, plantadores de cana, donos de engenhos e latifundiários.

Nos seculares casarões, do tempo colonial, homens e grandes mulheres escreveram suas histórias familiares, construíram seus descendentes, fizeram parte de nossas vidas também.
A arte em suas igrejas, em suas imagens seculares, e nos seus anjos barrocos!
Famílias que vieram em busca do clima maravilhoso da serra, da qualidade de vidas melhores para os seus filhos, netos, bisnetos...
Ali fincaram raízes e cresceram como as árvores do seu chão.

Hoje, ainda encontramos casas seculares, prédios e antigas construções que marcam o passado de nossa terra e relembram antigos costumes de um passado distante de mentes iluminadas e de corações em festas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MINHA VELHA INFANCIA


MINHA VELHA INFANCIA

Gracinda Calado

Ali, naquele chão deixei ficar meu coração.
A primeira luz irradiou em meus olhos o seu brilho!.
Dentro de meu coração, senti o aconchego,
O apego das pessoas que eu um dia amaria.
MINHAS NETINHAS

Minhas primeiras lições eu aprendi ali.
Meus pés ali pisaram pela vez primeira,
Minha doce canção, ali cantei,
Também ali chorei pela primeira vez.

Velha infância das minhas fantasias,
Das minhas bonecas de pano e de porcelana,
Velha infância das minhas primeiras letras,
Do meu primeiro livro, da minha Crestomatia!

Meu primeiro colégio que eu amava tanto!
Das noites de novena, dos primeiros passeios,
Das primeiras descobertas e das primeiras indagações!
Das cantigas de roda e dos bailes da mocidade!

Velha infância, vida minha já crescida!
Do meu primeiro e doce beijo,
Do primeiro amor da minha vida,
Do primeiro filho que lá gerei!

Velha infância das primaveras
E das flores nos quintais,
Das rezas e dos amigos de outrora
Das horas de aconchego com meus pais!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

FRAGMENTOS DE ILUSÕES


FRAGMENTOS DE ILUSÕES

Gracinda Calado

Fragmentos de vida, de dores e felicidades,
Sabores indeléveis de frutas de pomares,
Momentos inesquecíveis de tranqüilidades.

Pequeno sonho, ilusão passageira,
Triste badalar de sino de uma igreja,
Sol poente defiando na hora derradeira.

Nascente de rio, fios d água de cristal,
Espelho de esmeralda, sombra de saudade,
Peito aberto ao sopro do vento matinal.

Roseiral em flor, perfumes verdadeiros,
Cheiro de mato verde e de areia molhada,
Canto dos pássaros longe dos viveiros.

Assim é meu penar de cantos e de dores,
Raízes de agonias e de mil alegrias,
Fragmentos de tristezas, canções de amores!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

PLANTEI UMA ÁRVORE,TIVE QUATRO FILHOS, ESCREVI DOIS LIVROS


PLANTEI UMA ÁRVORE, TIVE QUATRO FILHOS, ESCREVI DOIS LIVROS.
Gracinda Calado

Viajando nos sonhos meu livro mais recente, reflete o que se gestou em minha alma de mãe, de mulher e de amante da vida e das pessoas.
Viajando nos sonhos posso ouvir o canto dos pássaros, sentir o perfume das flores, sentir a luz do luar, o frio da noite, o vento em meus cabelos, ouvir a música das águas caindo em cachoeiras, apreciar o vôo das borboletas e dos rouxinóis.
Posso amar, alçar vôos rasantes ou bem altos, sentir o perfume das pessoas queridas que já se foram, ouvir vozes que ficaram marcadas em minha memória, sentir cheiro de mato e o gosto dos mistérios do amor em minha vida.
Posso sonhar, como forma de ver e tocar.
Viajar no tempo, fantasiar lindas histórias, deixar fluir as lágrimas e as saudades do meu coração.
Viajando nos sonhos é dar asas ao vento, é tecer fios de prata nas estrelas!
Viajando nos sonhos é mais uma obra que deixo para os meus filhos e meus netos que se perpetuarão para sempre.
Fico feliz, neste dia, de presentear aos meus amigos também, com esse livro que com muito carinho não me pertence mais.
Agradeço a todos que me ajudaram na realização desse evento que jamais será esquecido.

Obrigada!
Com afeto:

Gracinda Calado