sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

SUBINDO A LADEIRA


SUBINDO A LADEIRA

Gracinda Calado

Como me recordo aqueles dias de chuva em que eu subia tuas ladeiras como sabão, escorregando em meu coração uma saudade; ele pulsava ao impulso da subida só em pensar que no outro lado da rua alguém estava a me esperar!
Minhas pernas ficavam bambas e meu fôlego ficava curto em pensar nele.

A juventude me favorecia na subida das ladeiras!
A ondulação das serras favorecia o desce e sobe do meu coração!
Ainda guardo com saudades os morros mal vestidos dos casarões humildes e desajeitados em contraste com os bangalôs antigos nas subidas e nas descidas de suas ruas calçadas de pedras.
Na rua da cadeia, quase no centro da cidade se escondia um dos prédios mais antigos e bonitos, “a cadeia pública da cidade” Para chegar lá temos que subir e descer enormes ladeiras.
No bairro Putiú um dos mais visitados pelos turistas também tem suas dificuldades geográficas de descida e subida.
No alto da serra a soberania do convento dos padres jesuítas, majestosa arquitetura que ainda resiste o tempo e sua história, fica no alto da serra de Baturité com uma vista maravilhosa para todo o vale de Redenção.
Subindo suas ladeiras apresso-me em rezar as antigas vias-sacras e o rosário de Nossa Senhora de Fátima. Um espetáculo a olho nu, é como se o céu descesse para abençoar toda a cidade!


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