quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

CHEIRO DE NATUREZA


Gracinda Calado


Abro a janela, sinto um vento suave que vem do mar e com ele um cheiro e gosto de sal que invade meu paladar com sabor que conhecemos desde a pia batismal.
A maresia aumenta a cada hora e as ondas se avolumam, e o barulho é ouvido de longe. As nuvens estão pesadas parecem que vão cair; da terra um cheiro puro de chuva de verão se aproxima desperta a nossa sensibilidade interiorana, é o cheiro da mãe natureza!
Da janela emoldurada bate um vento frio e forte com cheiro de mato e de flores...Sinto no meu rosto  o gosto da manhã fresca que anuncia um lindo dia!
Na janela ao lado, passarinhos fazem ninhos e soltam os últimos gorjeios matutinos. Alguns pingos de chuva fina molham minha face como se fossem lágrimas de saudades, e o meu rosto sonolento se refaz dos pensamentos de outrora!
Continuo olhando a rua e respirando o cheiro da manhã que invade toda cidade. O aroma do café coado se espalha pela vizinhança enquanto o padeiro entrega o pão à domicilio. O jardineiro envolve o jornal em plástico transparente e joga nos jardins das casas. O relógio da igreja bate as horas!
Apresso-me em tomar minha refeição matinal, depois de uma rápida oração.
A minha janela continua sendo os meus olhos, meus ouvidos e meu olfato.

A insônia me trouxe o dia mais lindo e com ele o sol,  a luz e toda a energia do Universo!