domingo, 28 de abril de 2013

EM MEU JARDIM...

GRACINDA CALADO

EM MEU JARDIM PLANTEI LÁGRIMAS DE ESTRELAS
QUE CHORAVAM NAS CALADAS DA NOITE ESCURA.
O VÉU LUMINOSO DESCEU NA ESCURIDÃO E DERRAMOU
SOBRE A TERRA AZUL O PÓ DE ESTRELAS E COBRIU O MAR...
NO SOLO ROXO DAS SAUDADES, GUARDEI AS ESTRELINHAS
QUE NASCERAM COMO PÉROLAS ORVALHADAS,

EM MEU JARDIM COLHI BELAS E PERFUMADAS FLORES
QUE AO ANOITECER EXALAVAM MISTERIOSOS PERFUMES.
EM MEU JARDIM NASCERAM ACÁCIAS MULTICORES,
ROSAS, PAPOULAS COLORIDAS DE LUAR E MAR,
FAZENDO-SE ESTAÇÃO DE PRIMAVERAS...

EM MEU JARDIM DE AMORES CLANDESTINOS,
PLANTEI TEU ADORADO CORAÇÃO, NO RUBRO SOLO
DAS PAIXÕES E DOS ENCANTAMENTOS,
REGUEI OS SEUS ODORES COM DELIRIOS, NAS
BROMÉLIAS E NAS HORTENCIAS MULTICOLORES...

EM MEU JARDIM NASCERAM LIRIOS DE PERFEIÇÃO
E BRANCURA, ROSAS VERMELHAS E AMARELAS,
ENTRE OS ESPINHOS E OS CARDOS DO DESTINO,
QUE NOS TRAIU, DEIXANDO MARCAS, CICATRIZES E ARRANHÕES,
NASCERAM SOLIDÕES, MELANCOLIAS, NO SOLO ARENOSO DA SEPARAÇÃO.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

COMO UMA FOLHA NO AR.

Gracinda Calado

Seguindo o rumo do vento, a vida segue o destino como uma folha no ar.
Muitas vezes o vento sopra a favor da ‘folha’ levando-a para bem longe, subindo e descendo conforme a força das correntezas.
Às vezes o vento sopra ao contrário e a folha desce, rodopia no ar como um balão sem rumo.
A controvérsia da vida nos leva para longe desfazendo nossos planos, nossos projetos e nossas emoções caem nas depressões infinitas do destino.
Algo nos impulsiona para cima e como uma folha ao vento, segue o seu rumo, nem percebemos que um dia poderemos rodopiar no espaço sem porto para parar.
O que fazer nessa imensidão etérea diante de tanta insegurança e incerteza tomadas pela garantia que nunca cairemos? Uma mão amiga pode nos ajudar nessa corrida maluca que é a vida quando solta no ar como uma folha ao vento nos leva para bem longe.
Só há um caminho: segurar na mão daquele que nos criou e está sempre ao nosso lado para nos amparar e nos mostrar a rota certa do caminhar firme, com os pés no chão.
Nosso Senhor Jesus Cristo é como um barqueiro que nos guia mar a fora seguindo sempre o caminho do vento para além das tempestades.
Nunca devemos nos deixar levar pelas correntes que nos sufocam com seus altos e baixos e nos deixam tontos sem visão para escolher o que é certo para seguirmos caminhando. Acordados e seguros saberemos definir o que de melhor será para nós.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ALÉM DOS OCEANOS

Gracinda Calado

Num vôo mágico chegarei ao céu!
Cantarei uma canção para fazer você dormir,
Nas asas do amor, voarei para além do horizonte,

Onde nasce o sol, onde as estrelas se escondem.
Nas noites enluaradas, beijarei o luar,
Cantarei uma canção para te alegrar,
O teu sono será verdadeiro, será real.

Nos braços de morfeu, na alcova de cristal!
Quando o mar beijar a areia e as ondas beijarem o sol,
Não te esquecerei, nem te deixarei sozinho,
Quisera eu ser uma sereia, para te levar pro mar.
Quisera eu ser esse anjo marinheiro,

Para te levar para os mundos desconhecidos...
Além do horizonte, num grande vôo ligeiro!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A MORTE DO POETA

GRACINDA CALADO


QUANDO SE CALAREM OS PÁSSAROS E O SOL MORRER.
SOMENTE O SOM DO ABISMO SE DEFINIRÁ EM FANTASIA.
SEUS OUVIDOS ESCUTARÃO O SOM DO UNIVERSO E O ECO DOS LAMENTOS
O SOM DA NOITE CALARÁ A SUA VOZ DOLENTE,

SEU CORPO CAIRÁ POR TERRA AQUECIDO PELAS LÁGRIMAS QUENTES.

OS SEUS POEMAS NÃO MORRERÃO,
PERPETUAR-SE-ÃO COMO AS ESTRELAS LUZENTES.

MORRE O POETA, PORÉM NÃO MORRERÁ SUA CANÇÃO, SUA POESIA.

SEUS VERSOS SE PERPETUARÃO NAS VOZES DOS IMORTAIS,
QUANDO TUDO SE CALAR, SE CALARÃO O VENTO E O MAR.
O SOM DO ABISMO SE OUVIRÁ NA LÁPIDE FRIA.

sábado, 6 de abril de 2013

A MOÇA DA COLINA

Gracinda Calado

Ela morava na colina e todos os dias ia olhar o mar, passear na areia branca da praia.

À noite quando estava tudo calmo ela saía sem medo e sem segredo ia sentar-se nas pedras para olhar a lua.

Conversava com a lua e as estrelas; fazia seus pedidos aos seus deuses e esperava que um dia acontecesse um milagre.

A rotina estava lhe deixando cansada.

Contava as estrelas, sentia o vento soprar nos seus ouvidos, sentia o silencio da noite,

Mas não tinha solidão.

A Moça da colina, certa vez foi olhar o luar e se esqueceu das horas, dormiu e quando acordou era manhã.

O mar estava agitado e quase beijando seus pés.

Ficou ali mais um instante e resolveu passear na praia.

De longe viu algo boiando na quebrada das ondas, entrou no mar e pegou o objeto de sua curiosidade. Era uma garrafa, com uma mensagem, bem lacrada. Abriu a garrafa e leu o que estava escrito.

O autor da mensagem era um alemão. Seu nome era Gerald Fristel.

Tudo indicava que era uma pessoa solitária e desejava casar com uma moça que gostasse do mar e da natureza.

Era marinheiro. A solicitação que fazia era: “quem encontrar esta garrafa escreva pra mim ou telefone para o numero “x”; se for mulher quero conhecê-la para casar.”

A moça da colina não teve duvidas fez tudo direitinho.

Hoje vive com seu marinheiro, na colina e todos os dias eles vão olhar o mar e agradecer a Deus o presente que o mar lhes deu.