sábado, 25 de outubro de 2008


ESTRELAS SOLITÁRIAS
Gracinda Calado

Longe, muito longe no infinito, estrelas vivem solitárias.
São felizes beijando a luz que sobra do luar.
Em seus passeios noturnos, soltam pequenos cristais coloridos.
Invejam o arco-íris nos dias de primavera, que enchem o céu de cores.
Seu destino é arrastar todas para o buraco negro da amplidão dos céus, quando elas deixam de brilhar no infinito.

Muitas vezes parecem falar de amores e de solidão.
Quando uma estrela cai, milhares de estrelinhas aparecem no céu.
O manto da noite fica salpicado de luzes coloridas.
Lá na amplidão dos céus elas se despedem das companheiras e caem no mar.
Viram belas coroas para as sereias, que encantam os velhos marinheiros.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

ONDE FICARAM OS SONHOS


Onde ficaram os sonhos

Gracinda Calado

Onde ficaram meus sonhos, que eu já não os sonho mais?
Onde ficaram as noites de encantos de nós dois?
Procuro-os em vão e já não os encontro mais.

Onde ficaram as lembranças de um amor imenso?
Onde ficaram os teus beijos que eu já não os tenho mais?
Onde ficou teu retrato que o tempo desbotou?

Onde ficaram os desejos ardentes de nós dois,
Onde se escondem as lembranças da mocidade,
Procuro por ti na escuridão das minhas saudades.

Procuro por ti nos sonhos de verão,
Na imensidão do universo, junto às estrelas,
Nas caladas das noites frias de inverno.

Cansada de em vão te procurar,
Durmo para sonhar contigo,
Um dia te encontrarei nas estrelas,
Em uma linda noite de luar.


sábado, 18 de outubro de 2008

PENSAMENTOS DESIGUAIS


PENSAMENTOS DESIGUAIS
Gracinda Calado

Enquanto as brumas beijam a areia,
Vejo teu vulto nas ondas da praia,
E a minha vontade era te ver sorrindo.
Diante de tantos pensamentos desiguais,
Fujo para as ondas para te encontrar.

Revejo teu retrato desbotado pelo tempo,
Volto a areia branca molhada pelo orvalho,
Escrevo teu nome em letras garrafais;
De longe alguém observa e chega para ver.
Quantos anos são passados, eu sem tua presença;

Quantas noites, quantas luas, quantos sonhos,
Sem tua presença não viverei em paz,
Espero a lua novamente invadir a praia para ver-te.
Aí, irei buscar-te e te guardar para sempre em meus sonhos.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

LEMBRANÇAS ANTIGAS


LEMBRANÇAS ANTIGAS
Gracinda Calado

Recordo o parque que um dia te encontrei,
As flores brancas dos canteiros floridos,
As borboletas que dançavam para nós.
Recordo o tempo dos folguedos na praça,
As vesperais no clube da cidade,
Belos tempos de lindas primaveras.
Lembro as rosas que roubamos dos jardins,
Colocavas em meus longos cabelos,
Sorrindo eu agradecia e te beijava.
Lembro o dia no parque, a ola gigante,
Que nas alturas se elevava para nós,
Do alto a brisa leve nos beijava,
O céu estava estrelado como gotas de orvalho,
A noite era bela como noiva ansiosa.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

PESSOAS


Pessoas

Gracinda Calado

Pessoas passam em nossas vidas, invadem nossa privacidade e levam tudo de nós.
Outras nos chamam com um sorriso, um aceno, um gesto de amor.
Algumas são como almas gêmeas, pensam como nós e agem como nós.
Outras nos dão segurança e conforto enquanto estão conosco.

Há as que nos dão esperanças, nos levantam com uma só palavra de otimismo.
Triste é sabermos que algumas pessoas nos são traiçoeiras, apunhalam-nos pelas nossas costas, todas as vezes que encontram alguém para falar da nossa vida.
Algumas passam e deixam um rasto perfumado e enchem nossa vida de perfume.
Outras existem que nos cobrem de elogios e gostam de nós, apesar dos nossos defeitos.
Pessoas passaram em nossas vidas e sumiram sem dar nenhum sinal.
Outras fizeram parte de nós e se foram deixando muitas saudades.
Há pessoas que nos fazem muita falta pois elas são como verdadeiros anjos a nos iluminar.

Sei em qual dessas pessoas eu me enquadro, assim faço esforço para ser melhor, mais amiga e companheira. Tento ser amável e alegre e ter mais pessoas ao meu lado.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CANÇÃO DA MINHA ALMA


CANÇÃO DA MINHA ALMA

Gracinda Calado


Deleita-te o´minha alma acalantada,

Sente no âmago a paz e o sossego,

Finge dormir com os olhos acordados,

Que o dia nasce lindo no seu aconchego.


Andarilha errante e peregrina

Volúpias de paixão e de desejos,

Vôa alto como ave de rapina

No além dos céus dos teus enlêvos.


Sombras branquiadas de ilusões,

Fizeste em minha vida uma história;

Gravaste em algumas ocasiões,

Páginas completas de vitórias.


Deleita-te com o éter do universo

Que em ti um novo mundo sonho.

Tenho-te agora em mais um verso

E a confiança que em ti ponho.


Segura-me no vôo mais profundo,

Ajuda-me a escalar vales e montes

Segue-me na estrada desse mundo

Mostra-me um límpido horizonte...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

LIMPESA TOTAL


LIMPESA TOTAL
GRACINDA CALADO



Hoje eu acordei com vontade de limpar tudo que me parece sujo.
Abri minhas gavetas e tirei todo o mofo que me incomodava o olfato.
Senti cheiro de enxofre, procurei onde estava aquilo que me aborrecia, fui logo limpar tudo.
Abri minhas malas que há muito tempo não abria, fui ao fundo do baú e retirei toda a poeira que ali morava a anos esquecidos.
Abri meus armários e perfumei todas as minhas roupas, fui ao cabide e limpei meu guarda chuva.
Até meus sapatos dei um brilho que há muito tempo eles não tinham.
A mesma coisa fiz com meus conceitos, revi-os todos.
Vesti roupa decotada, com rendas e bicos da terra, sandálias transparentes, com saltos altos, e por onde eu passava chamava atenção...
Limpei a pele do meu rosto e hidratei-a para ficar mais fresca.
Fiz uma bela maquilagem como nunca havia feito, coloquei batom vermelho e brilho.
Usei perfume importado para me sentir que estava viva!
Como foi boa a experiência desse dia! Logo percebi que eu continuava a mesma pessoa,
Com meus defeitos, meus talentos, minhas concepções de mundo e de gente.
Nada afetou minha cabeça, ao contrário me senti mais gente, porque pude entender melhor as pessoas com suas diferenças e seus gostos, seus usos e seus costumes.
Senti-me mais leve, mais limpa e mais perfumada, ao mesmo tempo em que eu fazia uma rápida reflexão no meu interior, eliminando as teias de aranhas que me envolviam.