sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

SONHOS DE VERÃO


SONHOS DE VERÃO
Gracinda Calado

Quem nunca viu um ninho de passarinhos, com os ovinhos para nascer.
Quem nunca assistiu uma planta crescer, brotar, depois florir.
Quem nunca viu uma gota de orvalho da noite numa folha, pronta para cair.
Quem nunca sentiu o cheiro da noite e o perfume das flores em noites de luar.
Isto é sonho de verão!

Algo mágico existe no ar quando observamos uma noite estrelada.
Uma brisa morna sopra lenta, dando sensação de sono ou embriaguês.
Realmente somos embriagados pelos mistérios que a noite traz.
O vento traz a calma, sentimentos de paixão, sinais de amor em nosso peito.
E a brisa sopra leve em nossos corações.
Isto é sonho de verão!

Muitas vezes sentimos a magia em noites estreladas.
A alma se renova, todas as vezes que pensamos no luar.
Toda sua força se espalha na amplidão do universo,
A calma dessas noites mornas fazem-nos sonhar.
Sonhar com o luar, sonhar com as estrelas.
Isto é sonho de verão!
.
Sonhos e mistérios, amores que se foram sem explicação!
Os sonhos levam nossas almas ao encontro dos anjos da madrugada.
Tudo é mistério, é poesia, é calma, é solidão...
O amor floresce sem medos, sem segredos.
Em cada canto uma saudade fria numa noite morna.
Isto é sonho de verão!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

MIRAGEM E POESIA


MIRAGEM E POESIA
Gracinda Calado

Parece sonho, miragem, poesia!
Ouço uma música ao longe, muito suave como toque angelical.
O perfume das flores explode no ar e no silêncio a eterna magia da noite escura.
Um vulto aparece no meio das brumas que deslizam na escuridão, e como um viajante o vulto procura um lugar para pousar.

A coruja soltou seu ultimo pio sobre as árvores sombrias.
A penumbra e a luz fosca da lua nas folhagens formam vultos indescritíveis, sem formas.
Por cima dos morros de areia branca da praia desfilam os animais noturnos em busca de suas tocas para dormir.
Na praia as rendas das ondas mansas se desfazem na grande extensão da orla e o cheiro de maresia se espalha no ar.

Sinto o gosto do sal em meus lábios sedentos de beijos.
Onde andará meu grande amor!
Tudo aqui me lembra de alguém saudades...
Que lugar misterioso é este em que o céu parece ouvir o meu clamor?

A poesia da noite me persegue em versos lânguidos e tristes como o meu coração.
O murmúrio do mar confirma a solidão da música melodiosa.
O vento passa ligeiro para avisar que a madrugada está chegando.
Uma vela branca aponta no horizonte e dentro dela um jangadeiro
que procura no mar seu sonho de pescador.

Onde está o meu amor que não vem com o vento da madrugada?
A noite é de espera e de fantasia em meio a versos e poesias.
A miragem já se transformou em sonho e pesadelo.
O meu amor não chegou! O meu amor não vai voltar!

ANOITECER...


ANOITECER...
Gracinda Calado

O sol despede-se sumindo no horizonte. A grande bola de fogo derrama seus últimos raios sobre a terra.
Os pássaros voam ligeiros para os seus ninhos em busca de amor e de carinho.
As sombras devagarzinho aparecem entre as folhagens tomando a forma da noite entre os galhos verdes das árvores.
A quietude é quase nada na cidade grande.
Enquanto o sol declina pessoas se deixam envolver pelo clima nostálgico da noite que se aproxima.
Um mágico comportamento da natureza provoca solidão e tristeza.
Um sino toca na torre da igreja convidando a todos para uma reflexão interior.
Meu peito bate apressadamente nesta hora das ave-marias; rezo calada uma oração.
O silencio da noite domina o universo inteiro.
O aconchego do lar é o lugar preferido para a maioria das pessoas.
O trabalhador do dia volta para casa trazendo o alimento para a família inteira.
Outros de coração e alma de boêmios, aproveitam-se da magia da noite para fazer seus versos e suas canções, enquanto tomam um aperitivo para o jantar.
Nas ruas os vendedores ambulantes calam-se respeitando o silencio da noite.
Se “a noite é uma criança” seresteiros desfrutam seus momentos cantando canções apaixonadas nas janelas para agradar suas amadas enquanto a madrugada não chega. Novamente os primeiros raios de sol completam o ciclo normal da natureza.
Mais uma noite se vai, mais um dia começa.
O trem da nossa vida vai parar em outra estação!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

LEMBRANÇAS


LEMBRANÇAS
Gracinda Calado

Quantos sonhos passaram por mim
Quantos sofreram por mim
Quantas pessoas por mim choraram
Quantos amigos me abraçaram
Quantos inimigos me odiaram
Quantos amores ficaram nas lembranças...

Lágrimas do tempo traz de volta
Aqueles que eu amei tanto!
Protege os que não me suportam
Abençoa os meus inimigos
Ampara os que me abraçam
Cobre de graças os que sofrem por mim
E os que por mim choraram.

Não quero mais essas lembranças tristes
Não quero mais sofrer de amores
Quero encarar a máquina do tempo
E o que passou, passou, jamais...
Não quero mais sofrer esse presente
Não quero mais chorar o que passou.

domingo, 24 de fevereiro de 2008


ENCONTRO E DESENCONTRO
Gracinda Calado

Em algum lugar do passado te encontrei.
Eras tudo pra mim, eu sabia que um dia tu chegarias.
Chegaste assim de repente como uma doce visão,
Dentro do teu peito e do meu, amor ardente, paixão,
Amei -te como ninguém, te guardei no meu coração.
Cativei teu olhar, te beijei, vi a luz dos olhos teus.
Fomos um só em duas almas carentes de amor.
Fomos música dolente, melodia estonteante,
Que toca na alma da gente.

Em algum lugar do passado fizemos história.
Carregamos lembranças, plantamos amor,
colhemos juntos frutos maduros.
Buscamos sonhos, ilusões, paixões...
Em algum lugar do passado nos encontramos,
Fizemos promessas de nunca falar em separação.
Fizemos juras, muitas juras de amor...
Em algum lugar do presente te encontro sorrindo.
Teu sorriso é falso, enganador, traidor.

Em algum lugar do futuro não te encontrarei,
Jamais quero ouvir os lamentos teus.
Não esperarei tua triste chegada.
Em algum lugar do passado e do presente
Estamos separados...para sempre.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

UM CASO DE AMOR




UM CASO DE AMOR
Gracinda Calado

Em minha vida um caso de amor!
O amor mais lindo e verdadeiro que já senti.
Amor que vem das entranhas mais estranhas,
Amor que nasceu do sangue e da magia dos apaixonados.
Amor que se multiplicará pela vida afora.

Amor que se realizou em sacrário santo de duas almas que se cruzaram.
Minha família, a que gerei, formei e consagrei ao meu amor eterno.
Meus filhos, meus netos.”Sangue do meu sangue, amor do meu amor.”
Amor que em todas as cordas vibra, e em todas as musicas se manifesta.

Na vida tenho muitos amores.
São os amores da minha vida, meus filhos, meus netos.
Vidas da minha própria vida.
Amores que se perpetuarão para sempre além da morte.
Lindos rostos, inocentes, transparentes, verdadeiros.
Pedaços do meu corpo, sinais da minha alma.
Caras e bocas transparentes, mais que parentes...
Gênios indeléveis da minha mais profunda inteligência,
Adoráveis criaturas que Deus me deu e abençoou.
Meus pedacinhos de vidas da minha vida em transe.
Amores das fibras do meu coração de mãe e de avó.
Doces e alegres sorrisos, mais que risos,
Inimitáveis criaturas mais que doçuras
Em minha vida de mulher realizada.

MEU MOMENTO É HOJE


MEU MOMENTO É HOJE
Gracinda Calado


Hoje é o meu momento, meu tempo, minha hora.
Hoje eu posso, eu vejo, eu sinto, eu sou feliz!
O ontem já se foi. Serviu apenas para me ensinar tudo o que aprendi.

Amanhã porei em prática tudo o que eu sei.
Hoje eu quero paz. A paz de uma criança na rua brincando, um casal na praça namorando.
Uma mulher trabalhando, um casal de velhinhos passeando. Um homem que passa no seu carro com os vidros abertos. Um velhinho que puxa seu cachorrinho. Tudo está tranqüilo!

Hoje tudo é paz!
Hoje eu quero ter esperanças no amanhã. Quero sentir que depois da noite vem a madrugada e uma manhã de primavera.
Hoje quero esquecer o que de desagradável aconteceu.

Quero que o dia hoje seja longo para curtir as pequenas vitórias e as grandes alegrias. Quero me apaixonar pela vida, pois a morte para mim é certa, não quero me preocupar com ela.

Hoje eu quero me arrepender do que não fiz e agradecer pelo que consegui fazer.
Hoje quero mil amigos, para sentir que não estou sozinha.
Hoje quero me sentir útil a todos os que precisam da minha atenção.Hoje e todos os dias da minha vida quero sentir Deus dentro do meu coração!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008


VIOLENCIA
Gracinda Calado

Os últimos acontecimentos em nosso país vêm preocupando muito aos pais. Falo da violência descarada em nossas televisões, quase em todos os canais, que não têm compromissos com a cultura e a educação do país.
As novelas, os programas para adolescentes, os desenhos animados para crianças, sem falar das cenas de sexo explicito que insinuam nossos jovens a fazer o que tudo se ensina na TV.
Aparentemente não tem nada de mais, dizem alguns modernistas pops.
A depravação social está sem limites seguindo a linha de outros países de primeiro mundo.
Programas de tv em todas as horas do dia e da noite escancaradamente nocivos para os nossos filhos e netos deseducam o que de mais precioso temos para aprender para vida, que os pais ensinam e os professores também.
Ninguém tem responsabilidade com nada neste país, tão bom, de se viver, tão sem comando moral, social e religioso. Se faz campanha para tudo, por que não se faz campanha contra a imoralidade pública? A resposta já se sabe, não interessa a ninguém.
Os DVDS piratas de cenas de violências estão espalhados pelas calçadas e nos jogos de games.
Na internet as cenas de pedofilia expostas sem controles. Casos concretos e reais que envergonham qualquer um que tem vergonha na cara.
Tenho pena dos meus netos ou bisnetos daqui a dez ou vinte anos.
Mentes corrompidas, almas enlameada, corpos envelhecidos antes do tempo, uso de drogas como modelos de modernidade e outras barbaridades sociais.
Talvez eu não verei o pior dessa sociedade que apodrece cada vez mais a toda instante.
Só tem um jeito, orar e pedir a Deus por todos nós.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

VIVER É SONHAR




VIVER É SONHAR
Gracinda Calado

Sonhar é uma forma diferente
De se ver e se tocar.
Parece realidade o sonho fácil de achar.
Sonhar é viajar no tempo,
Passado, presente e futuro.

Sonhar é fantasiar
Lindas histórias de amor.
Quando o sonho se acaba,
Acaba a vida da gente
Deixa a gente diferente,
Deixa a gente transtornado.

Os sonhos são lágrimas, quimeras,
São tristes desolações,
São passos ligeiros perdidos,
Doces encontros fugazes,
São tristes recordações.

Os sonhos são saudades guardadas,
No mais profundo do peito,
São loucuras, fantasias,
De paixões e amores desfeitos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

SEM RUMO E SEM DIREÇÃO...


SEM RUMO E SEM DIREÇÃO...

Gracinda Calado

Uma saudade / minha alma invade
Rostos na rua/ quase nua
Saudade eterna/ visão fraterna
Apenas um adeus/ dos lábios teus
Um beijo perdido/ distraído
Um canto triste / porque partiste
Uma melodia suave / em outra nave
Uma noite escura /de amargura
Um coração que pulsa / tua repulsa
Uma lágrima que cai / quente sai
Pedras no caminho / adivinho
Perdas inseparáveis / razões abomináveis
Alguém que chora / fora de hora
Abraço forte /mais que a sorte
Aperto de mão / e uma canção
Olhos tristes / porque partiste
Dúvidas e medos / cheios de segredos
Alma lavada / escancarada
Alívio do pranto / sem encanto
Nova esperança / da bonança
Recomeçar / renovar
Uma lágrima perdida / atrevida
Sonhos e beijos / mil desejos
Praias desertas /almas abertas
Retrato antigo / sonho contigo
Cantigas ao luar/ para sonhar
Vida sem rumo / /chão sem prumo
Mar furioso/ coração teimoso
Loucas paixões / tristes ilusões.

COISAS DA MINHA TERRA (ENGENHOS)


COISAS DA MINHA TERRA
( Os engenhos)

Gracinda Calado

Minha cidade natal, Baturité fica ao pé da serra do mesmo nome de onde vem uma grande contribuição econômica para nosso estado-Ceará. As maiores produções são de bananas, cana de açúcar e café.
Há dez anos atrás foi a maior produtora de café do nordeste brasileiro.
Com a produção de cana, fabricam-se a rapadura, o melaço, alfenim, e a cachaça.
Nos períodos de safra alguns engenhos de cana trabalham dia e noite para dar conta da produção desses produtos.
Quando eu era garota passava minhas férias na serra em tempos de colheita de café e de moagem da cana. Levava meu tempo olhando o trabalho pesado dos operários nos engenhos até sair o produto que era o mais gostoso: o caldo de cana saboreado no próprio engenho ou em cima da bagaceira da cana que era jogada ao lado.
O mais curioso daquela época era ver as juntas de bois puxando a moenda para espremer a cana e jogar o caldo no caldeirão, para fazer o mel. Do mel, a rapadura deliciosa de coco ou com gengibre, de castanha ou natural.A sobra do mel fazia-se a batida com temperos de cravo, erva doce e gengibre. Uma especialidade da boa cana caiana.
Em outras épocas de férias assistia a colheita do café que era feita em grandes cestos de cipós, amarrados à cintura, para se usar as duas mãos na colheita dos grãos nos galhos mais difíceis. Os grãos eram vermelhos como pitangas e perfumados como morangos. Depois eram trazidos aos terreiros que chamavam de “ faxinas” para serem secados ao sol. Aqueles frutos eram “virados” duas vezes por dia (espalhados).Quando estavam completamente secos eram levados para descascar (os grãos) em uma moenda artesanal, dali ensacado e levado para torrar e moer até sair o produto final em nossas mesas no café da manhã.
Hoje usam máquinas modernas e motores para fazer o trabalho das juntas de bois, para descascar, e moer.
A produção de bananas é trazida para CEASA vendida pelo preço estabelecido.
As rapaduras são vendidas por produção na época da moagem ou negociada toda produção na Ceasa. O café é vendido também na Ceasa ou negociado para os grandes centros do país.
Minha terra tem dessas coisas!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O TEU RETRATO


O TEU RETRATO
Gracinda Calado



Hoje encontrei o teu retrato antigo.
Suas cores desbotadas pelo tempo me fizeram lembrar que o tempo passou e eu nem me dei conta.
As lembranças do passado castigam meus sonhos e minhas fantasias, porque não te tenho em minha vida.
No retrato desbotado, marcas indeléveis da tua juventude.
Não vejo nele teus olhos como antigamente...
Que solidão, meu Deus! Onde estás agora e eu aqui nessa agonia!
Triste presente cheio de mistério, de saudades e de recordações.
Choro ao olhar tua fotografia, ela retrata um tempo bom, um amor feliz.
Reproduz cenários de nossa juventude cheia de esperanças.
Teu rosto jovem com o vigor da mocidade faz-me chorar e amargurar as asperezas da vida que eu levo sem tua presença.
Triste destino o teu e o meu, penso olhando tua fotografia...
O teu retrato está guardado no meu peito machucado pela dor da nossa separação
Apesar de desbotado e frio, guardo-o até hoje, para que não fujas mais de mim.
Olho para ele sinto arrepio, um não sei quê que sangra a minha alma.
Volto a guardá-lo no sacrário do meu coração e de lá não sairá jamais.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O AMOR É ISTO...


O AMOR É ISTO...
Gracinda Calado
"O amor nos acende e nos transcende ao paraíso,”
O amor nos desnuda e nos veste roupas brancas
O amor nos indaga e nos responde o que é a vida
O amor nos envolve e nos dissolve em prantos
O amor nos desfolha e nos transporta ...
O amor nos abala e nos embala com carinhos
O amor nos sepulta e nos ressuscita muitas vezes
O amor nos consome e nos nutre de esperanças.”


O amor é mistérios e segredos, é transparência e magia.
O amor é santo e diabólico, nos leva ao inferno ou ao paraíso.
O amor é luz interior, é energia pura, é fogo que arde.
O amor é chama que incendeia e deixa o prejuízo.
O amo é feito de momentos e de loucuras.
O amor é sábio e infantil ao mesmo tempo.
O amor é solidão ou risos desvairados.
O amor é alegria de viver, a razão da vida.
O amor é chegada e é saída.
O amor é mel ou cálice de veneno.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

HOJE EU SOU A ROSA


HOJE EU SOU A ROSA
Gracinda Calado

Desde pequena tenho mania de me transformar em objetos, pássaros , flores, animais etc.
Hoje eu sou uma rosa.
Todas as manhãs alguém vem me lavar.
A água cai como uma chuva no telhado, saciando minha sede.
Mato minha fome com alimentos da terra, nutritivos, para uma rosa ficar mais bonita!
Do meu jardim observo tudo. Estou quase pronta, quase perfeita, para ser apreciada.
Numa manhã de domingo, o sol brilha muito sobre mim.
Estou sozinha, mas estou feliz.
De longe avisto uma pequena mancha escura se movimentando em minha direção.
Algo estranho, com muitas patas e garras afiadas, cada vez chega mais perto.
Fico apavorada com o aspecto daquele monstro. Seus olhos vermelhos me apavoram.
Fico muito quieta e pedindo a Deus para que ele saia logo da minha direção.
Infelizmente ele chega, cobre-me toda de uma coisa gosmenta e arranca-me um pedaço e vai embora. Tremi por um instante, pensei que ele ia me devorar.
De longe, no meu cantinho, vejo um bichinho que voa, voa, e faz um grande zumbido.
Logo me distraio com aquele companheiro de jardim. Ele não é feroz, penso.
Vem em minha direção como o outro bichinho.
Chega devagarzinho cheira meu perfume e me arrepio toda.Suga o mel de minha corola, se alimenta e sai. Foge rápido, mais rápido que sua chegada.
Agora vem aí uma borboleta. Que coisa linda! Ela é azul! Fico admirada e apaixonada por ela. Esvoaça, batendo as asinhas ligeiras e destroe minhas pétalas delicadas.
Fiquei nua agora. A culpa é da borboleta , depois que fez o estrago sai voando e vai embora...
A vida é assim...Ninguém se preocupa com ninguém.
Todos estão em nossa direção, em busca de algo.
De repente vão embora sem dizer adeus!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

CORAGEM E LIBERDADE


CORAGEM E LIBERDADE
Gracinda Calado

Apenas precisava ter coragem para assumir a minha liberdade.
A palavra liberdade tem muitas interpretações. Para mim é coragem.
Coragem de dizer o que penso com responsabilidade sem atingir ninguém.
Coragem de fazer o que tenho vontade.
Coragem de tirar de dentro da alma tudo o que me incomoda, sufoca, aprisiona.
Coragem de emergir da profunda escuridão da alma para a luz.
Coragem de usar uma roupa diferente ou um sapato da moda antiga.
Coragem de ouvir uma musica clássica só para relaxar.
Coragem de fazer as pazes com alguém que há muito tempo me desagradou.
Coragem de dizer a meus pais que os amo muito, porque é cafona ou faz vergonha.
Coragem de ser feliz, de amar, fazer pequenos gestos de amor e de dizer que amo alguém.
Coragem de ter liberdade e não ser dependente de ninguém quando decido minhas ações.
Coragem com liberdade de pensar e de falar, declarar opiniões.
Liberdade de amar, de escutar alguém.
Liberdade de agir sem medo de magoar, sem medo das conseqüências de minhas ações.
Liberdade de professar minha religião e dizer que acredito em um Deus verdadeiro, criador do universo e de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Liberdade de ter coragem!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

ESTRELAS E GALÁXIAS


ESTRELAS E GALÁXIAS
Gracinda Calado

Olhando o céu, vejo as estrelas cadentes.
Penso na distancia que vivem esses pequenos pontos de luz.
Quem chegaria perto delas sem conhecê-las, sem amá-las?
Enquanto olho o universo em festa, milhões de estrelas piscam em minha direção sem saber que existo, e que amo todas elas.
As maiores galáxias, com suas cores multicores se entendem com elas e a respeitam.
Esses pontos luminosos vivem somente para nos mostrar o seu brilho, e quando é noite de luar, elas ficam mais brilhantes, mesmos as pequeninas, piscam com toda sua força e energia.
O que seria de nós se não fossem as estrelas?
Que sentido tinha olhar o céu na escuridão da noite?
Sei que elas têm uma missão, orientar aos que perdidos estão nesse mundo, mergulhados na escuridão do universo.
Ao olhá-las pensamos em Deus, no Criador de tudo que de mais belo existe no firmamento e que os nossos olhos alcançam olhar!
A lua e as estrelas enfeitam as noites dos namorados, dos apaixonados, dos amantes, dos que na vida deixaram seu coração bater mais forte por alguém.
Amo as estrelas, como amo a lua, nas mais distantes galáxias, onde só a mão de Deus alcança.
Os astros são nossas vidas, não viveremos sem eles. Giram em torno do sol, regendo um macro sistema de amor.
Cada planeta tem a sua função. Em união com todos os satélites e estrelas devem formar uma verdadeira orquestração!
A estrela maior, o sol, nos dá vida e calor, o que precisamos mais?
Sem ele jamais poderíamos viver!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

AS ANDORINHAS


AS ANDORINHAS
Gracinda Calado

As andorinhas vivem na torre da igreja. Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares, com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam em bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz, que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas. Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo uma grande algazarra.
Sempre gostei das andorinhas. Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápido, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.



AS ANDORINHAS



AS ANDORINHAS
Gracinda Calado

As andorinhas vivem na torre da igreja. Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares, com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam em bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz, que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas. Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo uma grande algazarra.
Sempre gostei das andorinhas. Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápido, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.

CARTA DE AMOR (Nº9)


CARTA DE AMOR (nº 9)
Gracinda Calado

Adorável amor da minha vida!
O que ouve entre nós só Deus sabe tudo o que aconteceu! Um amor igual ao nosso, tão grande e verdadeiro, onde as metades se encaixavam numa verdadeira harmonia cósmica!
A minha alma era dependente da tua, que ao toque dos teus dedos nos meus cabelos me extasiava como se estivesse no paraíso. O calor do teu corpo, em meu corpo levava-me a outro mundo incondicional e misterioso. Difícil de traduzir em palavras tudo que sentíamos quando estávamos juntos. O teu perfume e a grandeza de tua alma, traduzia amor imortal e verdadeiro. Onde foram parar os sentimentos sagrados de nossas vidas? O que fizemos delas, sem esse calor que emana de ti e de Deus? O vazio em que me encontro agora é indescritível para um coração amargurado e triste, esperando tua volta um dia.
Meu grande amor! Não tardes mais senão morrerei de te esperar. Só tenho agora as horas de solidão e as noites em que sonho contigo na esperança de um novo encontro!
Aceite um grande beijo de quem te ama desesperadamente!
Talita

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

PRAIA DE IRACEMA







PRAIA DE IRACEMA
Gracinda Calado

Praia dos amores, e das paqueras.
Foram-se longe os tempos dos namoros
Alegres manhãs de domingo
Sol a pino e o coração em festa.

Praia dos amores de Iracema e Martim.
Em suas areias passeiam as mais belas mulheres.
Lindos corpos bronzeados pelo seu calor
Desfilam a amostra sem pudor...

Verdes mares que a brisa embala as ondas.
Embala o sonho dos corações alencarinos.
Ponte dos ingleses mar adentro
Desafia o mar e as ondas gigantes.

Em seus botequins poetas ilustres cantaram,
E cantam ainda seus lindos versos e canções,
Inspirados pela beleza de seus coqueiros e
Embalados pelo canto das sereias ao entardecer.

Seus casarões antigos de outras eras
falam de saudades e recordações
Casais de namorados que já se foram,
Levaram com eles os mistérios da praia,
Que em um tempo eu vivi grandes emoções.

Lá naquelas areias brancas como rendas
Deixei meu coração de estudante
Um coração que não se cansa de amar
Com a força do vento e a grandeza do mar.

SE EU PUDESSE




SE EU PUDESSE...
Gracinda Calado

Se eu pudesse pegar o arco-íris te daria todas as cores.
Se eu pudesse ouvir estrelas falaria de amor pra elas.
Se eu pudesse cantaria para os anjos e voaria com eles.
Se eu pudesse mergulharia no fundo do mar
De lá traria o mistério das sereias pra cantar.

Se eu pudesse subiria até a lua num balão,
Para ver são Jorge em seu cavalo branco.
Se eu pudesse te daria as estrelas da amplidão,
A brancura das areias que brilham em noites de luar.
A grandeza do mundo pra nós dois morar.

Se eu pudesse te levaria pra bem longe,
Além dos montes e das montanhas,
Onde encantam os beija-flores...e os rouxinóis.
Se eu pudesse subiria ao céu,
Para te dar toda a beleza do universo!

domingo, 10 de fevereiro de 2008


A DESPEDIDA DO AMOR
Gracinda Calado

O dia amanheceu em paz!
Depois de uma noite de gritos e uivos.
O dia amanheceu em paz!

Ele é testemunha do amor dos dois
Ainda na madrugada renascendo.
A noite foi pura ilusão, quimera.

O céu foi testemunha do acontecido.
Entre abraços e beijos, foram para a praça
E começaram a se abraçar...abraçar.

Nos seus beijos loucos, quase roucos
Entenderam que a noite era linda
Para fazer as pazes com o amor.

Como uma brisa forte e perfumada
Entenderam os mistérios da natureza
Enquanto uma música toca lentamente.

Dançaram de alegria e saudades.
Choraram e suas lágrimas lavaram
A tristeza e a solidão dos seus corações.

Como nos filmes antigos se abraçaram
Mais uma vez naquela noite.
Não pensaram mais em nada.

De repente, quando o dia amanheceu,
Ele partiu, e não disse nenhum adeus,
Nem um sorriso, nem um sinal dos lábios seus.

Para sempre ele partiu,
sem dizer nem um adeus!
Que triste fim meu Deus!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


NA VIDA NADA SE IMPROVISA
Gracinda Calado

Quantas vezes paramos no caminho, sentimos uma sensação que algo ficou perdido no tempo!
Algumas vezes deixamos de ouvir um amigo, atender um parente, ajudar alguém.
Momentos em que negamos fazer alguma coisa boa por omissão, comodismo, falta de compromisso com nosso próximo.
Os fantasmas do passado nos perseguem quando olhamos para trás.
Quando somos jovens, teimamos em querer saber de tudo, mas não sabemos de nada.
A experiência é quem nos ensina, é quem nos prepara para a vida.
Fica então os ensinamentos aos mais jovens, às novas gerações...
Em nosso caminho ficaram rastros, pegadas que ao longo dos anos sumirão na poeira do nosso caminho.
Levaremos recordações de bons momentos.
Procuramos compensar tudo que na vida deixamos de fazer, por ocasiões precipitadas de improvisos.
Na vida nada se improvisa, se vive, ou morre.
As nossas ações são computadas de maneira transparente no decorrer dos nossos anos.
A vida cobra tudo que fazemos e o que deixamos de fazer.
Cumprimos o ciclo normal das coisas, dos acontecimentos...
Devemos refletir mais sobre nossas ações e nosso comportamento junto ao nosso próximo.
Seremos felizes se não improvisarmos atitudes de fraternidade, caridade e ajuda aos que precisam de nós.
A nossa sinceridade é indispensável.
Na vida nada se improvisa!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


A VIDA
Gracinda Calado

A vida é um dom precioso que Deus nos deu
Nos foi dada graciosamente
Cabe a cada um de nós, vivê-la docemente.

Para sermos felizes, basta termos alma limpa
Pois a nossa passagem aqui é curta
E nela só colhemos o que plantamos.

Se a vida é curta ou longa
O que importa é ter sentido
Para alguns é um tormento.
Para outros, sentimento.

Dentro de cada um de nós mora um anjo
Que nos cuida diariamente.
Anjo bom que abraça e acolhe
Anjo mal que aborrece e castiga.

Os anjos nos consolam e surpreendem
Quando precisamos dele
Nos protegem e nos ensinam
Nas procelas do dia a dia.

O que dá sentido a vida
É o amor que o anjo bom traz
É o amor de Deus que satisfaz
Torna a vida um paraíso.

O anjo bom é consciente
O anjo mal é inconseqüente
O anjo bom é independente
O anjo mal não é prudente.

NAS CURVAS DO CAMINHO...


NAS CURVAS DO CAMINHO...

Gracinda Calado

Nas curvas do caminho te encontrei.
Nas curvas da estrada te deixei,
O caminho era largo e pedregoso.

Nas curvas do caminho te encontrei.
Nas curvas de teu corpo eu chorei,
O caminho era cheio de espinhos.

Por onde a vista não alcança te perdi,
O caminho era cheio de flores,
Nas curvas do caminho me perdeste.

O chão que eu pisei me sucumbiu,
De corpo e alma no caminho me joguei,
Nas curvas da estrada te encontrei.

No chão que eu piso te venero,
Na estrada da vida te desprezo.
Nas curvas do caminho te espero.

Caminho que eu faço sozinha,
Nas curvas sinuosas do andar,
Estrada difícil de te encontrar.

Sigo o caminho sempre em frente
Meus pés doendo de caminhar,
Sigo nas curvas perigosas de viver..

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A TRAVESSIA DA CORDILHEIRA DOS ANDES


A TRAVESSIA DA CORDILHEIRA
DOS ANDES

Gracinda Calado

Em 1990, fiz uma viagem até o Peru. Fiquei encantada com tudo que se deslumbrava em minha frente.
Começando na Argentina, na cidade de Mendonza, já se avista os Alpes cobertos de gelo.
O dia era 12 de Janeiro, início do verão nas cordilheiras.
Viajamos de ônibus a noite inteira e acordamos com uma vista inesquecível. Era um deslumbramento total aos nossos olhos. Quanto mais o ônibus rodava mais as montanhas subiam em nossa frente.O alvorecer daquele dia ficará marcado na alma de muita gente!
Estávamos passando por enormes montanhas cobertas de um branco fluorescente, maravilhoso, cuja altura iniciava com 3000mts de altitude. Lá de cima a água que descia dos degelos das montanhas formavam lagos e córregos límpidos como cristal que desciam em direção ao mar do Pacífico.O ônibus corria e das janelas podíamos ver vegetações escassas sobre as montanhas.As estradas bem cuidadas e os transportes dos turistas sempre lotando aquela região.
Continuamos subindo, fazendo curvas, zigue-zagues, mais curvas que nos acompanhavam todo instante, à direita e à esquerda. As fotos, não dava para tirar com o ônibus em movimento.Impossível registrar toda aquela beleza de dentro do ônibus.
Felizmente paramos para fotos e um bom café com leite em uma “hosteria” na beira da estrada, tudo muito bom.Ao descer me senti pequena frente à grandiosidade da cordilheira.
Depois de comprar uma garrafa de vinho argentino ou era chileno, subimos todos no ônibus para continuar viagem. Até ali estávamos agüentando a altitude, que logo começou a dar sinais de sufocamento, devido à altitude que subira mais. Estávamos passando próximo ao pico de Aconcágua com 7021mts de altura.A nossa vontade de ficar ali parados (todos) era tão grande que nem sentíamos fome.Fazendo a travessia lembrei-me de um filme que passou nas telas brasileiras: “Sobrevivente dos Andes”. Imaginei a saga daqueles jogadores que passaram três meses perdidos no gelo e foram salvos, alguns. Só a graça e a vontade de Deus para que alguém escape dali.
Enquanto o ônibus estava parado para as fotos, eu corria naquela estrada e cantava bem alto como se minha voz fosse ouvida nos quatro cantos do mundo. Tive uma espécie de loucura.
Uma loucura de êxtase e excitação mental pela grandiosidade do lugar e a fé que Deus existe e muitas vezes só O encontramos quando O procuramos. Ali naquele lugar mágico Ele estava presente, dando a todos nós (viajantes) uma prova da sua grandiosidade.
Esta foi apenas à travessia. Temos muitas coisas ainda para contar...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

É TEMPO DE FÉ


É TEMPO DE FÉ
Gracinda Calado

Entramos agora em tempo de fé.
A campanha da fraternidade traz-nos à realidade.
Depois do carnaval, tempo propício para falar-nos de defesa da vida.
O carnaval deixa o país cheio de acontecimentos trágicos.
Enquanto uns brincam outros sofrem as desventuras de uma vida infeliz pela pobreza, a falta de emprego, de lar, de comida, de pão.
As inundações nas regiões ribeirinhas das grandes cidades devastam casas, matam pessoas, levam milhares de famílias ao desespero.
A campanha da fraternidade tem o objetivo de lutar pela vida.
Onde estão as autoridades competentes responsáveis pela qualidade de vida das classes menos favorecidas?
Onde estão nossos governantes e legisladores que não se mobilizam a favor da vida em plenitude?
É muito triste se ver uma criança nas calçadas a mercê do frio e das chuvas, sem teto, sem pão, sem família, sem lar, sem nada, dormindo ao relento...
É muito triste se ver um velhinho, decadente, doente, impossibilitado de andar, se movimentar, jogado em uma maca de um hospital público, sem ninguém, sem acompanhante, entregue ao destino e à morte.
É muito triste se ver na tv crianças que são jogadas nos leitos dos rios, no lixão ou nos esgotos das cidades, pobres indefesas, sem pais, sem carinhos...
Que Deus olhe por essas criaturas todas, pois oramos por elas, vítimas do holocausto de seus familiares e da sociedade perversa em que vivemos.
Vamos aderir à campanha da Fraternidade hoje e sempre.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

EM TUDO VEJO VOCÊ.




Em tudo vejo você
Gracinda Calado

Ainda sonho com você!
Em tudo vejo você.
Na luz que o sol irradia
No clarão das estrelas
Na beleza do universo
No brilho da luz do luar.

Nos meus sonhos vejo você!
Calada, sofro a sua ausência.
O que me faz viver é o meu sonhar.
Enquanto sonho, sua imagem vem.
Ouço sons de lindas melodias.
Ouço sua voz que me chama.

Ó visão da madrugada!
Está na hora do adeus.
Nunca mais beijarei os lábios seus,
Nunca mais sentirei o seu calor,
Nunca mais verei nos seus olhos,
O brilho triste do seu olhar!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

QUARTA FEIRA DE CINZAS


QUARTA FEIRA DE CINZAS
( Gracinda Calado)

E lá ficou meu coração!
Nos salões da minha vida,
Lá ficou meu olhar de jovem
Intenso, bonito, juvenil.

O cheiro de lança perfume no ar,
E os salões cheios de serpentinas,
Confetes, lantejoulas, purpurinas,
E um coração feliz na noite de carnaval.

A madrugada chega de mansinho
E os apaixonados bem juntinhos,
Abraçam-se cheios de mistérios
A noite leva com ela toda a alegria...

O folião sonhando acorda na rua,
Não vê que a noite se foi e o sol saiu.
Quarta-feira ingrata e malvada,
Arrasa corações, arrasta solidões.

Quarta que chega recolhendo restos
De nós dois, de foliões de ilusões.
Quarta das saudades e dos cacos
Dos sonhos das manhãs de fevereiro.

Na rua alguém chora a noite que sumiu
Ligeira, quente abrasadora, mágica,
Sensual, fagueira, chora o amor que partiu,
E agora até outro carnaval, adeus!