quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A TRAVESSIA DA CORDILHEIRA DOS ANDES


A TRAVESSIA DA CORDILHEIRA
DOS ANDES

Gracinda Calado

Em 1990, fiz uma viagem até o Peru. Fiquei encantada com tudo que se deslumbrava em minha frente.
Começando na Argentina, na cidade de Mendonza, já se avista os Alpes cobertos de gelo.
O dia era 12 de Janeiro, início do verão nas cordilheiras.
Viajamos de ônibus a noite inteira e acordamos com uma vista inesquecível. Era um deslumbramento total aos nossos olhos. Quanto mais o ônibus rodava mais as montanhas subiam em nossa frente.O alvorecer daquele dia ficará marcado na alma de muita gente!
Estávamos passando por enormes montanhas cobertas de um branco fluorescente, maravilhoso, cuja altura iniciava com 3000mts de altitude. Lá de cima a água que descia dos degelos das montanhas formavam lagos e córregos límpidos como cristal que desciam em direção ao mar do Pacífico.O ônibus corria e das janelas podíamos ver vegetações escassas sobre as montanhas.As estradas bem cuidadas e os transportes dos turistas sempre lotando aquela região.
Continuamos subindo, fazendo curvas, zigue-zagues, mais curvas que nos acompanhavam todo instante, à direita e à esquerda. As fotos, não dava para tirar com o ônibus em movimento.Impossível registrar toda aquela beleza de dentro do ônibus.
Felizmente paramos para fotos e um bom café com leite em uma “hosteria” na beira da estrada, tudo muito bom.Ao descer me senti pequena frente à grandiosidade da cordilheira.
Depois de comprar uma garrafa de vinho argentino ou era chileno, subimos todos no ônibus para continuar viagem. Até ali estávamos agüentando a altitude, que logo começou a dar sinais de sufocamento, devido à altitude que subira mais. Estávamos passando próximo ao pico de Aconcágua com 7021mts de altura.A nossa vontade de ficar ali parados (todos) era tão grande que nem sentíamos fome.Fazendo a travessia lembrei-me de um filme que passou nas telas brasileiras: “Sobrevivente dos Andes”. Imaginei a saga daqueles jogadores que passaram três meses perdidos no gelo e foram salvos, alguns. Só a graça e a vontade de Deus para que alguém escape dali.
Enquanto o ônibus estava parado para as fotos, eu corria naquela estrada e cantava bem alto como se minha voz fosse ouvida nos quatro cantos do mundo. Tive uma espécie de loucura.
Uma loucura de êxtase e excitação mental pela grandiosidade do lugar e a fé que Deus existe e muitas vezes só O encontramos quando O procuramos. Ali naquele lugar mágico Ele estava presente, dando a todos nós (viajantes) uma prova da sua grandiosidade.
Esta foi apenas à travessia. Temos muitas coisas ainda para contar...

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