domingo, 31 de maio de 2009

O LIVRO DA VIDA


O LIVRO DA VIDA
Gracinda Calado

No livro da vida, somos donos de nossa história.
Todos os dias escrevemos uma página desse livro, registramos momentos alegres ou tristes, dramas ou comédias, poemas, páginas de grandes emoções ou de saudades que marcam nossa alma para sempre.
Nas páginas desse livro escrevemos esperanças, projetamos grandes realizações futuras, ou realizamos grandes sonhos.
Em nossa história somos responsáveis por tudo que está escrito.
Caminhamos deixando rastos e restos de emoções pelos caminhos, muitas vezes encontramos pessoas que fazem parte de nossa história e nos deixam saudades eternas, visíveis lembranças de nossa mocidade que são páginas folheadas do nosso livro.
Nossa história tem um começo, meio e fim, não é eterna.
As páginas de nosso livro não podem ser em branco, pois a vida registra tudo e tudo pode se transformar em prazer ou tristeza, conforme o que escrevemos em nosso livro.
Nossa história deve ser escrita e lida todos os dias.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

MINHA SANTA DA PALMA


MINHA SANTA DA PALMA


Gracinda Calado


Minha santa da Palma, Nossa Senhora da assunção, que é festejada na Igreja católica no dia 15 de Agosto, traz ao seu seio milhares de fiéis que vêem com devoção pagar promessas pelos milagres recebidos e pelas graças alcançadas.
Aos seus pés depositamos nosso trabalho, nossos sofrimentos, nossas inquietações, nossas alegrias e nossos louvores.
Em seus altares chegamos mais perto do Cristo Jesus que na cruz morreu por nós, pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro.
Bendizemos a santa mãe, a paz da nossa cidade pacata, tão linda, tão bela, recebe a todos com carinho e a hospitalidade que lhe é peculiar.
Abençôa querida mãe seus filhos, principalmente os que estão mais distantes e queriam tanto lhe ver!
Virgem da assunção eleva os nossos corações ao Criador e protege-nos dos males do corpo e da alma, para que assim possamos ser seus filhos verdadeiros como você quer!
Em seu altar enfeitado de flores brancas perfumadas cantam anjos em coro e harmonia aos seus pés, e em sua cabeça ornada de ouro, brilha a mais linda coroa, excelsa rainha do céu e da terra!
Em seu manto azul e branco, as estrelas do céu e as belezas do universo!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

QUAL É A COR DO AMOR?


QUAL É A COR DO AMOR?

Gracinda Calado

O amor tem todas as cores do arco-íris.
Tem a cor escarlate quando quer dizer paixão.
Amarelo, cor do ouro é pura devoção.

O amor tem ‘o azul’ da cor do céu de Jesus,
Puro, calmo, tranqüilo, cor do manto de Maria,
O branco, cor da paz, da harmonia e da luz.

O amor tem o verde da esperança e acolhimento,
Dos projetos dos amantes, apaixonados casais.
O amor tem as cores, os sinais do encantamento.

O amor é da cor do brilho das estrelas do céu,
É a cor do sentimento, do prazer e da emoção,
Do mais profundo querer guardado no coração.

O amor é tudo de bom, quando é correspondido,
Vive em todas as cores que existem no universo,
No sol, no mar, no ar, nas flores, no céu, no sorriso.
Em todos os mistérios que nos levam ao paraíso.

terça-feira, 26 de maio de 2009

FALANDO COM AS ESTRELAS


FALANDO COM AS ESTRELAS
Gracinda Calado

Ouço a voz das estrelas que brilham no espaço,
Parece que descobri que elas sofrem ao léu.
Quando uma estrela cai, outra vem logo depois,
Vem buscar a amiga que fugiu do alto do céu.

As vozes das estrelas são as vozes dos anjos
Que passeiam no firmamento em noites estreladas,
São sussurros diferentes das vozes dos homens,
São estrelas cadentes, são estrelas iluminadas.

O véu do universo se abre, em noites de lua,
Salpicado de cristais, ouro, prata e diamantes,
O céu fica todo estrelado como um tapete azul,
Parece com o imenso coração dos amantes.

Na noite escura se ouve as vozes das estrelas,
Na solidão do espaço no raio triste do luar,
Choram lágrimas de saudades, não podemos vê-las,
Vão fugindo como fogem os peixes no azul do mar.

Na solidão do espaço, choram de tristezas.
Como a saudade que mora em meu peito.
Saudades eternas das noites enluaradas,
Na imensidão do infinito cheio de incertezas.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

SE VOCÊ AMA...


SE VOCÊ AMA...
Gracinda Calado

Se você ama, não pode sentir vergonha desse amor.
Deixe que os outros sintam que você está amando.
Mesmo que o outro não saiba, aproxime-se dele.
Dê uma oportunidade a você e quem sabe a ele também.
O amor não pode ser egoísta, passivo, radical.
Só sabe o que é amar quando se sofre por amor.
O amor é triste e é alegre, é obsessivo e liberal,
Não cobra, mas é exigente, convincente, explosivo,
Cheio de mistérios, ardente, mágico, especial.
Amor carente, amor total, amor de adolescente,
Amor sensacional, amor suave, amor animal.
Liberte suas emoções, mostre isso a quem você ama!
Deixe o passado para trás e viva o agora.
O amor verdadeiro não tem medo das suas emoções.
Ele é criativo, verdadeiro, tem braços e abraços,
Viva sempre esse amor, toque no seu coração!
Ame e se encha de paixão, não faz vergonha não!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A CHEGADA DO TREM EM BATURITÉ




A CHEGADA DO TREM EM BATURITÉ.
Gracinda Calado

Foi longe o tempo em que em Baturité o único transporte de passageiros era o trem, da RVC.
Nos anos sessenta ainda alcancei a chegada do trem que ia para o Crato levando esperança e muita alegria aos estudantes na época de férias.
Era uma época muito bonita em que todos logo faziam amizade durante a viagem e seguiam na maior animação.
O trem era ainda conduzido pela máquina à carvão e seus bancos eram bem confortáveis.
Lá nas entranhas das serras ou nas curvas do caminho se avistava a fumaça que dominava o espaço como uma nuvem espessa de carvão.
Durante a viagem as pessoas se aproveitavam da visão maravilhosa, dos canaviais, das plantações, dos roçados de milho e de feijão na época junina. Os animais que pastavam na beira da estrada, as vaquinhas, os cavalos, e quando o trem chegava a Baturité, as vendedoras de frutas gritavam com os cestos na janela do trem: “Oia as uvas maduras, oia as laranjas e tangerinas, vendo banana seca”, e assim vendiam tudo que ofereciam.
Na época a máquina do trem mais importante era a 400, que carinhosamente o povo chamava de Laura 400. Hoje tem uma réplica dela no bairro Putiu, no museu à disposição de visitação aos turistas e a todos que se interessam saber sua história.
O bairro Putiu fica distante da cidade, é um dos bairros mais antigos e prósperos de Baturité. Em cima do alto fica a Igreja de Cristo Rei que na época de sua festa traz uma grande multidão para festejá-lo.
Na estação de trens, os alunos dos colégios Salesianos, iam sempre para assistir a saída do trem rumo ao Crato ou outras cidades do centro sul.
A animação era total. Momentos de grande lazer naquela hora da manhã, 09h30min precisamente.
Os vendedores de tapioca, tijolim, e outras guloseimas entravam nos carros parados e vendiam aos passageiros seus produtos.
Baturité era conhecida pela fartura que se ofereciam na passagem dos trens.
Que bom se voltasse aquele tempo festivo, inocente, feliz!
Hoje não se conhece um vagão de trem, nem a maravilha que é viajar de trem.
Precisamos resgatar o tempo áureo dos anos dourados da nossa vida!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A VIAGEM DA VIDA


A VIAGEM DA VIDA

GRACINDA CALADO


Quando nascemos, somos rejeitados pelo útero materno, que durante 9 meses nos acolheu, e num impulso natural nos joga no mundo.
Nossa reação é chorar...Nascemos chorando, pela rejeição de nossa mãe.
Ela a geradora, alivia-se das dores do parto e chora de alegria! Somos bem vindos!
Inicia-se em nós um começo de viagem, não sabemos pra onde vamos nem o que queremos. Tudo é estranho!Aos poucos vamos nos acostumando com aquela vida esquisita.
Conhecemos pessoas, sentimos dores, alegrias,tristezas,ouvimos gritos...
E agora? A vida continua... como se estivéssemos em um trem de viagem rumo ao desconhecido.Pessoas que vão e que vêem, vão passando, vão saindo, vão embora de vez e o trem andando e tudo acontecendo...
Não podemos ficar parados, avistamos paisagens, ouvimos histórias, fazemos histórias,somos personagens de outras histórias...E o trem andando, algumas vezes uma freada nos desperta do sono. Os passageiros se acostumam com o balanço do trem. Uns viajam ao nosso lado,outros passam por nós...Uns nos dão carinho, outros nos dão amor,outros nos desprezam, nos fazem chorar, nos fazem rir, outros refletir sobre nossa viagem.
Continuamos no trem, de repente, olhamos para os lados e aqueles que viajavam conosco não estão mais.
Onde ficaram? Onde o trem parou?Onde desceram nossos pais?, Nossos irmãos, nossos amigos?
Estamos sozinhos, sem ninguém que nos queira bem.
Guardamos as recordações daqueles que por nós passaram e deixaram suas marcas.
O trem começar a encher novamente ,novas pessoas vão entrando em nossa vida.
Pena que o trem parou, está na hora de descer!

(Está no meu blog:www.gracindacalado.blogspot.com)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

QUANTAS VEZES NASCI...


Quantas vezes nasci, cresci, morri.

Gracinda Calado

Quantas vezes nasci! Quantas vezes cresci, chorei, amei vivi, morri!
No passo desse embalo, revivi sessenta e oito vezes,
E me perdi na imensidão dos meus pensamentos.

Quantas vezes vi o sol nascer!
Quantas vezes vi a lua surgir!
Quantas vezes vi o mar levar suas ondas para outros continentes!

Assim me entreguei sem temores aos encantos da vida que me trouxe a felicidade.
Meu sol resplandeceu e brilhou em mim,
Ao encontro da minha existência que não é curta.

Debruço-me em minhas rugas quase poucas.
Em meus cabelos quase brancos,
Em meus olhos quase negros,
Em meus pensamentos maduros,
Em minhas mãos quase trêmulas.
Em minha pele quase sem viço,
Em meu corpo quase cansado, mas que ainda resiste ao tempo.
Em minha voz quase rouca de exclamar vitória!
Em meu perfil de mulher guerreira, aventureira, quase forte.
Em minha alma de rainha e mãe, de mulher, de professora,
Em meu jeito de falar e de tocar na alma das pessoas!

Viverei quantas vezes for preciso viver, nascer e morrer,
Para que eu tenha sempre os filhos que eu tenho, os irmãos que eu ganhei,
Os netos que me presentearam, os amigos que conquistei para sempre!

MOMENTOS DE MAIO


Momentos de Maio.

Gracinda Calado.


O mês de Maio chegou com toda a força da natureza.
Os jardins se despem e se mostram nus, toda a sua beleza e perfume.
As flores exibem suas cores e exalam a mais rica essência dos deuses, em corolas multicores.
Os matizes tropicais vaidosos, de verdes degradês, saltam aos nossos olhos as cores do mar e do céu.
O silencio do lugar embriaga a quem por ali passar e reveste-se de cores lilases furtacores nas pétalas das rosas.
Como é grande o pulsar do coração do bosque, que se entreabre ao ruído das abelhas e dos rouxinóis.
Espelha-se nas asas das borboletas o veludo azul anil dos minúsculos bichinhos que dançam nos roseirais de lá pra cá e daqui pra lá, esparramando o néctar das florezinhas.
Milhões de insetos gozam das delícias desta estação, enquanto as chuvas lavam o mel que escorre das abelhas sedentas.
Mês de Maio, mês das flores e das colheitas perfumadas nas trilhas de um jardim florido!
Corações enfeitiçados de amores se revelam no cantar dos pássaros e no perfume das roseiras que beiram os espinhos selvagens.
O coração aflito chora de saudades um amor distante e solitário nesta noite fria.
A estação é um convite ao amor e ao casamento no mês que é das noivas e das novenas

terça-feira, 5 de maio de 2009

ENCANTAMENTO


ENCANTAMENTO

GRACINDA CALADO


É noite.
Na solidão do espaço vários pontos luminosos se movimentam como pedras de cristal.
O véu da noite desce como um grande manto azulado de estrelas que piscam sem parar.
Um aglomerado de corpos multicores dança no espaço sideral, enquanto o firmamento exibe a calmaria da imensidão do espaço e a grandeza majestosa de sua beleza!
Nossos olhos não conseguem apreciar a ‘olhos nus’ o que acontece no infinito. Grandes instrumentos povoam e circulam galáxias imensas para ajudar ao homem a observar os mistérios da criação.
O que Deus tem preparado para nós, somente o coração sentirá a magnitude de tanta beleza!
De longe podemos imaginar os astros e os planetas que nos cercam formando o universo em que vivemos.
Grandes e insondáveis segredos se escondem diante de nossos olhos.
A natureza rende-se ao mistério dos astros provocando um real e inconfundível encantamento!

A lua surge nos confins do horizonte para iluminar e encher de magia a noite que se despede da escuridão e espera até que amanheça para receber o sol.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

MEMÓRIA DAS FÉRIAS


MEMORIA DAS FERIAS
Gracinda Calado

Lembro-me daqueles enormes poços de água fria onde cedo mergulhávamos para enganar o calor.
Nadávamos até a outra margem para demonstrar habilidade na água, força e coragem.
Os amigos vinham todos os dias para comer as frutas gostosas do pomar.
Sempre era uma festa a algazarra que fazíamos nas brincadeiras e nos banhos de rio.

Na cidade sempre nas férias assistíamos a filmes bons, romances e dramas maravilhosos.
Depois do filme na sorveteria da nossa cidade íamos saborear os melhores doces gelados produzidos com suculentas frutas maduras da serra.

Os bailes eram animados; os nossos pares certinhos ficavam a nossa espera.
Em outras ocasiões fazíamos reuniões em casa de amigas e a alegria era uma constante em nossas vidas, com o apoio de nossos pais.
Quando havia novenas divertíamos nas quermesses animadas pelos leilões que serviam para ajudar a paróquia e a igreja.

Como era de costume nas vesperais aos domingos reuniam-se dezenas de jovens para dançar e aproveitar o que nos ofereciam durante as férias.

Quando era Junho se enriqueciam os salões com as famosas quadrilhas e no final de ano, com as visitas às lapinhas e com o pastoril animado pelos jovens que ensaiavam
o ano todo para apresentarem durante a festa do Menino Jesus.
Aos domingos o banho de piscina pela manhã no balneário da cidade era a animação da turma que se encontrava para conversar e bater aquele papo!
À noite na pracinha o encontro com os amigos, os flertes, o namoro tímidos no banco da praça até às dez horas, momento de ir embora.

FOLHAS AO VENTO


FOLHAS AO VENTO
Gracinda Calado

As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.
As folhas secas da estação são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.
O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.
Tudo morre tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.
A ultima esperança chega ao bico de uma avezinha.
Um broto de ramo verde trás a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.

O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.
Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai, seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.
Outono em nossa vida são cabelos brancos desbotados. Rostos amassados no espelho do meu quarto na estação da natureza.
Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.
O outono chega a nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.
Passa ligeira a vida como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.
A vida espera a paz para sentir o gosto de recomeçar.
Enquanto há vida há esperança no lugar!