Gracinda Calado
Anoitece!
Pouco a pouco tudo se tornará tranqüilidade.
O bosque exibe suas árvores carregadas de flores da primavera,
Exalam um perfume maravilhoso, aproveito o momento e caminho até minha casa.
Serena, volto ao lar depois de um dia de trabalho.
Depois da ceia noturna leio um livro, e releio os sonetos de Camões.
Durmo e acordo na madrugada; sem nenhum motivo vou à janela e olho a rua.
A natureza está morna, sem nenhuma brisa para refrescar a madrugada.
O conjunto de luzes acesas nos apartamentos, parece uma chuva de estrelas no ar.
Aos poucos algumas janelas se abrem e as luzes se apagam.
Por uma faixa de visão, avisto o mar distante, sinto que a manhã já está chegando, lenta e calma.
No céu umas nuvens escuras ameaçam transformar a paisagem da janela.
Devagarzinho as ruas acordam, enquanto o sol derrama uma luz clara sobre a cidade sonolenta. Preguiçosamente os coletivos se arrastam pela avenida principal do bairro e os trabalhadores do dia correm para pegar suas conduções.
Os vigilantes da noite voltam para casa sonolentos e cansados.
Amanhece e a luz do sol agora intensa cobre toda a cidade!
Foi-se embora mais uma noite e eu nem notei, admirada com a beleza do céu, com o perfume da madrugada e com o barulho do mar!
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