sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Gracinda Calado
As folhas caem e o chão vermelho se enfeita de cores.
As folhas secas da estação, são levadas pelos ventos do norte e empurradas para além das correntes de ares.
O vento quente sopra primeiro, sufoca a mente enegrecida pelas cinzas da paisagem.
Tudo morre, tudo expira, nem uma flor sobrou para enfeitar a morte.
A ultima esperança chega no bico de uma avezinha.
Um broto de ramo verde tráz a esperança, como Noé na embarcação do Gênesis.
O céu cobre-se de nuvens espessas, se espalham ao longe levadas pelos ventos quentes rumo ao mar.
Outono na natureza é tristeza no universo. É como se a vida se esvai seguindo o rumo dos ventos sozinha, triste e solitária.
Outono em nossa vida, são cabelos brancos desbotados.
Rostos amassados no espelho do quarto na estação da natureza.
Passos lentos, olhares distantes como quem procura algo na amplidão dos céus.
O outono chega em nossas vidas como as folhas carregadas pelos ventos da estação ou trazidas pelas correntes de outros ares.
Passa ligeira a vida, como as folhas soltas no ar sem rumo, e as esperanças como lânguidos olhares de um fim de estação.
A vida espera a paz, para sentir o gosto de recomeçar.
Enquanto há vida há esperança no lugar!
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