sábado, 13 de outubro de 2007

SEGUINDO A TRILHA


SEGUINDO A TRILHA
( Gracinda Calado)

No começo tudo é maravilhoso!
Os primeiros passos seguem livres e sem dificuldades.
A trilha começa entre os cipós e a mata dá sinais de mistérios. Os passos ainda rápidos sobem com desenvoltura os caminhos íngremes de ladeiras e mato fechado ,enquanto o grupo passa na frente visualizando outros caminhos. Lá na frente alguém grita, descobrindo uma clareira. Rastros de animais afloram o nosso medo de caminhar e enfrentar porventura algum perigo.
Seguimos em frente.
Respiramos forte, enquanto o corpo pede água.
Na clareira aproveitamos para refazer as forças e respirar o ar puro da floresta!
Nossos passos são mais fortes no intuito de chegar primeiro. Os que ficam para atrás começam a sentir o que ainda pode vir nessa escalada louca...
O caminho agora segue duas trilhas: batizamo-las de, a do bem e a do mal. Como escolher a trilha verdadeira? Vejamos os sinais! Mata fechada, difícil acesso, enquanto os cipós vão complicando nossa passagem pela trilha escolhida. Galhos de árvores caídos pelo chão, dão a impressão de abandono. Ficou mais difícil agora! O que fazer? Passar por cima da grande árvore ou contorná-la, enfrentando novos desafios...
Alguém senta num canto e pensa. “Vamos cortar a árvore”. Outros não concordam.
Cortar a árvore, contornar a árvore, passar por cima da árvore caída ou .seguir outro caminho e não passar pela árvore?
Enfim escolheram contorná-la. Lá na frente, novas árvores estão caídas, depois de uma noite de tempestade demorada. Novos enfrentamentos, novos riscos , novos caminhos ...
O que agora pesa são as necessidades corporais, as dores musculares, a fome, o frio, os arranhões , os dissabores e o arrependimento dessa aventura.
Vamos em frente, avante camaradas, sem olhar para atrás, que a mata nos espera!
Como verdadeiros soldados enfrentamos novamente os caminhos.
Agora são as pedras e os espinhos!
O que fazer com eles?
Queimemos os espinhos e livramos o caminho...
Rolemos as pedras e o caminho estará livre!
Será que ainda temos fôlego?
Começamos a nos ajudar, segurar uns nos braços dos outros, sentir o desgaste da aventura.
Enquanto andamos calados avistamos coisas lindas, maravilhosas!
Plantas de verde tropical em “ dégradé,” flores que se misturam aos espinhos, milhões de borboletas multicores, milhares de passarinhos fazem festa pra nós, enquanto a água do riacho toca uma canção de amor e vai levando sua sorte para o mar.
Do alto, despenca a cachoeira com sua força bruta, enquanto ficamos ali parados esperando uma solução para as nossas decisões: parar no caminho, seguir em frente, voltar para a cidade, enfrentar novas aventuras, ou desistir?
A escolha é nossa. Qualquer decisão tomada , é nossa a responsabilidade de tomá-la.
Estamos quase no final da jornada, a trilha permanece no lugar, e nós decidiremos como enfrentá-la.
Na nossa vida enfrentamos muitas trilhas, muitos caminhos tortuosos, perigosos. Muitas dificuldades nos aparece de repente, e o que fazer, seguir o caminho , ficar para atrás , enfrentar as dificuldades ou desistir.
É necessário que estejamos fortes para seguirmos em frente, enfrentando as pedras, os espinhos, as dificuldades, em nome da vida e em nome do nosso bem e dos que esperam de nós mais coragem e determinação!

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