sexta-feira, 9 de novembro de 2007

NAQUELE CHÃO DEIXEI MEU CORAÇÃO.


NAQUELE CHÃO DEIXEI MEU CORAÇÃO.
Gracinda Calado

Naquele chão deixei ficar meu coração.
Cansado de amar, cansado de viver.
Nas ruas empoeiradas da minha vida,
O cansaço se instalou depressa.
Os ares dos meus feitos ficaram encobertos de tristezas.

Ò coração ingrato, traiçoeiro,
Parece um relógio a me acusar o tempo!
Por que não paras de bater assim aceleradamente?
Sinto em meus braços ainda fortes, o pesar da vida.

Ò vida efêmera, vulgar, vida mesquinha,
Mergulhas na imensidão do teu universo esquecido,
Vagueias na amplidão do céu, do infinito.

Abraça as mágoas dos irmãos que sofrem e choram.
Conceitos esquecidos de outrora,
Alívio e salvação para outros corações.
Olhar voltado para o além dos teus desejos,
Pensamentos e quimeras do etéreo céu dos esquecidos.

Lava as lembranças de um passado triste,
Volta a viver como antigamente,
A doçura de uma alma ingênua e pura,
Refaz o chão que pisas docemente,
Em teu coração ainda encontrarás abrigo.

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