domingo, 4 de novembro de 2007


ENTRE O SONHO E A REALIDADE
Gracinda Calado


Quando somos crianças pensamos como criança, sonhamos como criança.
Sonhamos com bonecas, bruxas, princesas, reis e rainhas.
Povoamos nosso espaço de mil personagens, incorporamos fantásticos super-homens e mulheres maravilhas.
Um dia o sonho acaba e nos transporta para outros sonhos.
Na adolescência entramos nos sonhos sem medo, e é essa coragem que nos faz fortes.
O primeiro namorado, a primeira paixão, aquela coisa devastadora corroendo por dentro do nosso coração, sem explicação.
Nosso corpo se modifica e nos sentimos outros personagens, mais bonitos, mais inteligentes, atrativos, merecedores de tudo que sonhamos.
Muitas vezes somos rebeldes, outras somos passivos, às vezes debochados, organizados, etc, até que num instante tudo se transforma e somos adultos.
Quem nunca sofreu por amor não viveu.
Começamos tudo de novo, decepções, desencontros de primaveras, noites de invernos na alma, inquietações, nostalgias, prelúdios de outonos e por ai, vamos levando nosso sonho que já se faz diferente.
Mais trágico, mais sofrido, grandioso, ou mais perverso.
Mesmo assim não podemos deixar de sonhar, até que um dia chegaremos no portal do sonho maior, o sonho do passado, aquele que não realizamos.
Aí já é tarde pra sonhar um novo sonho.Viajaremos em um sonho que não nos deixará jamais o chão pisar.

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