sábado, 6 de setembro de 2008

NÃO QUERO ME APEGAR AO PASSADO


NÃO QUERO ME APEGAR AO PASSADO

Gracinda Calado

Muito distante de mim as recordações do passado que me apavoram e me entristecem o coração.
Apesar da feliz infância, morro de tristeza ao falar do passado.
Como conviver com sombras que vagueiam embotando tudo a todo o momento?
O exercício é muito grande e o efeito é muito bom.
As sombras passam como pequenos e ligeiros sonhos, que se desfazem mais rápidos ainda.
Mania de querer o impossível, inatingível na vida que tudo grava e memoriza na lembrança como um grande cérebro de computador.
Vou deletando tudo que a mim não convém.
Passo há viver o dia a dia projetando um futuro que não muito longe seria alcançável; fico embevecida nesse projeto o dia todo.
Mergulho na leitura e literatura moderna e nela bebo e como o desfrutar de todas as sabedorias.
Penso o futuro como um projetar de imensas cores, arco-íris de ilusões e magias.
Meu corpo é forte nesse instante ao pensar em viagens, excursões e passeios.
Durmo e sonho com uma vida que tem minhas experiências e minhas marcas.
Vez ou outra volta o fantasma do passado dominando tudo.
Aproveito dele o que de bom ficou e volto a dormir tranqüila no meu travesseiro de perfumes e aceitações.
Ó quanta coisa tenho para dar ainda!
Quantos sonhos que eu não sonhei e não vivi!
Procuro no meu viver diário um sentido para minha vida e na oração um pouco de sossego.
Meu coração não é vazio. O amor domina tudo quando a alma não é mesquinha.

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