terça-feira, 2 de setembro de 2008

ENQUANTO O SOL NÃO VEM


ENQUANTO O SOL NÃO VEM
Gracinda Calado

Anoitece na minha cidade!
Pouco a pouco tudo se tornará tranqüilidade.
O bosque exibe suas árvores carregadas de flores da primavera, exalam um perfume maravilhoso. Aproveito tudo e caminho até minha casa.
Serena, volto ao lar depois de um dia de trabalho.
Depois da ceia noturna leio um livro, e releio os sonetos de Camões. Encho-me de belezas literárias e vou dormir.
São 3 horas da madrugada. Acordo, sem nenhum motivo vou à janela e olho a rua.
A noite está morna, sem nenhuma brisa para refrescar a madrugada que se aproxima.
O conjunto de luzes acesas dos apartamentos, parece uma chuva de estrelas no ar.
Aos poucos algumas janelas se abrem e as luzes se apagam.
Por uma faixa de visão, avisto o mar distante, sinto que a manhã já está chegando, lenta e calma.
No céu umas nuvens escuras ameaçam transformar a paisagem da janela.
Devagarzinho as ruas acordam, enquanto o sol derrama uma luz clara sobre a cidade sonolenta. Preguiçosamente os coletivos se arrastam pela avenida principal do bairro e os trabalhadores do dia correm para pegar suas conduções. Os vigilantes da noite voltam para casa sonolentos e cansados.
Amanhece e a luz do sol agora intensa cobre toda a cidade.
Foi-se embora mais uma noite e eu nem notei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário