Gracinda Calado
Beijo-te as mãos quentes e macias
Enrugadas pelo tempo que se foi,
Este teu rosto, estas marcas
Tão profundas, tão sofridas,
Foram lágrimas caídas do teu triste olhar!
O teu olhar apagado,
Tão distante, vacilante,
A remoer emoções,
São dias idos, vividos,
Baladas de doces canções!
Deixa eu afagar teus cabelos
Tão cansados, apagados,
Tão branquinhos como a neve
Parecem mais algodão,
Refletem na moldura do seu rosto
Tua cruel solidão!
O teu andar cauteloso
Sem forças pra caminhar,
Não acompanha os passos
Da vida que tu levaste
Com forças pra nos criar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário