domingo, 29 de julho de 2007

AS MARCAS DO TEMPO


Maria Gracinda Calado

A velhice não é uma provação da vida.
É uma decepção da mocidade que ficou pra trás.
Onde andam meus sonhos que já não os sonho mais?
Onde estão os meus planos que já não os planejo mais?
Procuro-os todos nos versos e nos reversos
Do meu coração cansado de bater
A mesma nota a mesma canção.
Como são doces as vozes dos que procuram a paz...
Como são suaves os perfumes
Das antigas primaveras
Que aos poucos foram perdendo o brilho e a cor,
Se transformando em pálido inverno.
Como são lentos os passos dos que já correram tanto,
Amaram tanto, beijaram muito
E muito choraram por amor!
Rostos marcados pelo tempo,
Rugas de mistérios,
Marcas de fogo e ferro, cicatrizes de tristezas e alegrias!
Só resta agora meditar,
Esperar,
Sorrir,
Rezar...

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