quinta-feira, 1 de maio de 2008

DESABAFO


DESABAFO
Gracinda Calado

Hoje eu quero desabafar um pouco em nome das mães que perderam seus filhos pela violência que se instalou em nossos dias. Sinto que o Apocalipse chegou entre nós.
A vida humana está banalizada, já não temos paz nem em nossas casas, na companhia de nossos familiares.
Vou diretamente ao caso da pequena Isabela, tão meiga, tão doce, inocente, indefesa...
Despede-se de sua mãe para passar um fim de semana com o pai a madrasta e os outros irmãos menores que ela, e o seu destino estava traçado injustamente.
O Brasil se emocionou com o assassinato dessa criança que estava com os pais dentro de um apartamento e misteriosamente é jogada de uma janela do 6º andar de um prédio.
Hoje faz um mês de sua chegada no céu.
Não se sabe ainda quem matou a pequena inocente. Não se sabe o motivo que levou esse assassino ou assassina a fazer essa crueldade com esse pequeno ser de cinco aninhos.
No cemitério, senti a dor de sua mãe ao ver o jazigo da filhinha coberto de flores.
Como mãe que também já perdeu um filho, senti uma grande dor em meu peito e avaliei a dor da mãe de Isabela. Enquanto os repórteres sugavam uma palavra ou declaração de ódio dela, ela chorava, rezava, não sei se perdoava tal acontecimento torpe.
Onde está Isabela? Creio que ela está viva e feliz, apenas triste pela dor de sua mãe!
No canteiro cheio de flores trazidas pelos amigos a mãe colocou apenas: eu te amo! O suficiente para uma mãe que sofre a perda de uma única filha, definhar de dor.
Onde estão os culpados dessa atrocidade?
Se os culpados são: seu pai e madrasta, por que não confessam o crime atroz?
Onde está a coragem de confessar o crime? A covardia de matar foi maior e absurda.
O Brasil espera que a justiça abra os olhos e procure logo resolver esta situação criminosa.
O povo nas ruas está revoltado pela crueldade do caso e pela irresponsabilidade do pai que não cuidou como devia de sua filha.
Que triste, a mãe que perde um filho! É como lhe arrancar o próprio útero a sangue frio.
Pedimos justiça, Deus de misericórdia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário