terça-feira, 29 de abril de 2008


SE MEUS VERSOS FALASSEM
Gracinda Calado

Se meus versos falassem diriam muitas coisas.
Que o mar é um caminho sem fim.
Que o barquinho singra nas ondas leves da ilusão.
Que no meu interior mora um anjo e um demônio talvez...
Às vezes o anjo aparece em forma de carinho
E o demônio em forma de solidão.
No encontro dos dois, só quimera, ilusão!

Dentro do meu coração moram versos de saudades,
Dentro do teu coração, moram versos de paixão.
O sentido do amor ficou nos versos que eu perdi,
A qualidade do amor nos versos que sonhei.

Se meus versos falassem, falariam de poemas.
Amor sem mistérios, amor sem fim, amor ternura.
Se meus versos falassem, estaríamos juntos,
Nas ondas do universo, nos fragmentos das estrelas.

Se o mar é o caminho, prefiro ficar sozinho,
Se o barquinho viaja ligeiro é porque tem pressa,
Prefiro a calmaria dos ventos brandos,
Prefiro ser mensageiro de teus beijos e afetos...

Para falar a verdade, escrevi nos meus versos,
Pedaços de vidas, centelhas de sonhos.
Toda a felicidade que um dia eu te dei,
Hoje mora no tempo e nos versos que te dei.

Meus versos são cristais que o tempo quebrou.
São fragrâncias, ternura, perfume, frescor,
Que o passado apagou na poeira do vento,
Que o mar carregou e o sonho acabou!

Nenhum comentário:

Postar um comentário