domingo, 29 de março de 2009

NA FUMAÇA DO CIGARRO



Na fumaça do cigarro

Gracinda Calado

Acendo um cigarro e te vejo, enquanto o fogo queima a fumaça azul que sobe aos céus.
Penso em ti. Onde andarás agora?
Vejo na fumaça tua imagem linda e verdadeira, como eu te conheci pela primeira vez.
Enquanto fumo e o vento leva toda fumaça, vejo teu olhar a me dizer coisas de amor e o silencio evoca lembranças na transparência da combustão azul.
Dou uma tragada como se pudesse sugar tua alma para mim.
Vejo na fumaça tua voz serena e calma entrando em meus ouvidos como fogo ardente.
Em meus sentidos tudo é ilusão e fantasia ao sentir o cheiro da fumaça do cigarro que se transformará em cinzas como o nosso amor.
Palavras são ditas e os sonhos são desfeitos, amargos como a nicotina que restou de um cigarro apagado.
Na dança da fumaça vejo o teu vulto que se vai lentamente com o vento, levado para o infinito.
Acendo outro cigarro e durmo embalado pelo calor do vício de um cigarro acabado.

(gostaria de dizer que não defendo o vicio de fumar, pois não fumo, o que aparece é apenas ficção).

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