terça-feira, 18 de setembro de 2007


SAUDADES 2
( Gracinda Calado )

Quem nunca sentiu saudades!
Saudade em nossa língua , rima com verdade, realidade, ansiedade; não precisa de rima para entendê-la.Saudade do cantinho da rede onde eu sonhava com príncipes encantados em seu cavalinho branco, correndo pelo jardim, onde horas inteiras ficava debaixo das árvores abraçada aos livros de poesias, de romances de reis e de rainhas...
Saudades dos filmes de amor, esperando a hora do beijo apaixonado do mocinho; saudades das minhas professoras do primário e do ginasial. Das peças de dramas no colégio, e das poesias que eu declamava! Ò quantas saudades da turminha da escola que na hora do recreio se reunia para conversar, falar dos namorados, das notas baixas do dia, do castigo de nossos pais, dos segredos, das bobagens, que para nós eram verdades!
Saudades dos dias de férias, dos banhos de rio, dos passeios na pracinha, dos flertes (paqueras), das tertúlias aos sábados e as matinais de domingo!
Saudades dos carnavais, dos cordões e do corso pelas ruas da cidade!Tudo isso é saudade!

Saudade da mocidade
Das noites de lua cheia
Das modinhas e serestas
No coreto da cidade!

Saudades do primeiro namorado,
Do primeiro beijo roubado,
Do sincero aperto de mãos,
Do sorriso apaixonado!

Saudades somente saudades
A tudo que era tão bom,
Que o tempo já carregou,
Deixando somente saudade!

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