quarta-feira, 29 de julho de 2009



É NOITE NA SERRA


Gracinda Calado


Quando o véu da noite desce, tudo escurece de repente.


O sol foge rapidamente como se não pudesse demorar nem um minuto.


As nuvens escuras anunciam a negritude do lugar como uma magia temporal.


Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,


E a solidão toma lugar nos seus caminhos.


Calmamente surgem no céu estrelinhas tímidas como olhos de animais noturnos.


A coruja passa em rápido vôo para o esconderijo como se quisesse brincar de ‘esconde e esconde. ’


Minha atenção redobra-se calmamente a fim de ouvir um pio abafado.


Presa no ninho a rolinha geme e chora o frio da noite e os filhotes piam sem sossego.


O silencio fala na mata escura, meu coração anseia escutá-lo.


Mistérios da meia noite vão chegando em forma de sombras que saem das árvores majestosas e copadas.


Mágicas poesias são trazidas pelo vento ao meu coração.


No céu o cintilar fraquinho dos corpos estelares desfiam suas luzes em alto espaço sideral.


O meu peito chora as saudades de tudo que vivi e de tudo que não vivi ainda.


Uma emoção estranha se apodera de mim como se quisesse me adormecer e sonhar.


Já é tarde e a noite escura segue seu destino se preparando para receber brevemente o sol.


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