sexta-feira, 17 de junho de 2011

A JANELA


Gracinda Calado
Pela janela aberta de meu quarto sigo os passos do vento, sigo o brilho do sol nas pedras de calçamentos onde todos os dias passam centenas de pessoas que levam em suas bagagens as decepções de amores, os dissabores da vida, a solidão da alma, o ranço dos preconceitos e as injustiças dos homens.
Pela janela vejo a noite chegar tomando conta do poente escurecendo a rua que agora está cheia de sombras e vultos misteriosos e só se dissiparão no amanhecer de um novo dia.
Pela janela vejo o homem do povo que empurra sua carrocinha em busca de alguns trocados vendendo cachorro quente aos famintos do espírito...

Enquanto isso, mulheres mal vestidas se expõem aos olhares dos homens numa manifestação sensual exibindo seus decotes e suas saias curtas...
Através de minha janela vejo casais que desfilam tranquilamente na penumbra da noite de mãos dadas, apaixonados festejando os momentos de ternura e paixão pelo dia dos namorados. São cidadãos do mundo, futuros pais, avós...
Alguns carros passam apressados, em busca da realização do prazer no outro lado da rua, enquanto o dia não chega!
Na janela sonho com flores e músicas, lembro-me de festas e comemorações, enquanto o sono não chega para me fazer sonhar com amores e paixões!

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