quarta-feira, 16 de setembro de 2009

SEPARAÇÃO



SEPARAÇÃO


Gracinda Calado


Quando te deixei, naquele cantinho cheio de verde e de rosas,


Sangrava-me o coração e as lágrimas que rolavam no meu rosto


Eram sangue rubro da cor da rosa rubra que tu me deste.


Abençoado era o nosso amor, entre as palmeiras e os vendavais do sitio.


Ainda ouço o cantar do galo que nos acordava na madrugada fria,


Entre os cobertores e uma xícara de café forte.


Quando te deixei naquele dia, nunca o meu coração bateu tanto...


Com uma vontade de ir e de ficar, mesmo querendo e sem querer.


Lembro-me do perfume das rosas e dos jasmins alvos como algodão,


A grande pitombeira onde ficávamos pelas manhãs de outono, e


O vento varria tudo e deixava a árvore sem folhas e coberta de frutinhas.


Quantas vezes conversamos debaixo das lindas mangueiras, cobertas


De flores e de frutos ainda verdes esperando à hora de cair.


Noites de céu estrelado e luar cintilante, cobriam nossas cabeças


De paz e amor imenso, como se o céu descesse para nos unir ainda mais!


Quando me deixaste naquele dia chorei ao me despedir de ti,


Como se soubesse que não mais te encontraria, e os meus olhos


Não sentiriam mais o calor do teu olhar no meu,


Naquele dia em que sofri e chorei demais.


Se soubesse que não voltarias, não havia te deixado partir!


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