domingo, 22 de maio de 2011

O JARDIM DE MINHA MÃE


Gracinda Calado
A natureza foi pródiga na cidade de Baturité, onde o clima ameno e o ar puro privilegiaram os roseirais, as avencas e as samambaias, de inverno a verão.

Minha mãe admiradora da natureza, apaixonada pelas flores, ficava horas esquecidas cuidando das plantinhas, cuja satisfação era como um remédio para ela.

O lugar era propício ao plantio de flores, devido à fartura de água e adubos.

Logo cedo ela entrava para o jardim e começava um verdadeiro ritual: Limpava os matinhos e as ervas daninhas. Limpava canteiros de pequeninas flores, para que não fossem dominadas pelas maiores. Com um pequeno aguador, cuidadosamente aguava todas elas, a manhã inteira...

Em um canto do jardim, alguns jasmins, orquídeas, bougaris, todos branquinhos e perfumados; em outro canto, rosas vermelhas, amarelas, em tom coral, de odores embriagadores, como os pequeninos miosótis azuis, que gostavam de se esconder entre as folhagens verdes dos mimosos canteiros.

Na parte mais alta do jardim, cresciam as samambaias, as avencas, os cravos amarelos alaranjados. Do outro lado bem cuidado, as dálias, as verbenas, as açucenas e as margarida

No pé do muro enfileirava as pacavilhas vermelhas e dava um toque de arremate no jardim, e quando a noite chegava o perfume dos florais se misturava ao som dos sapos e das pererecas, que o vento gratuitamente espalhava por toda a redondeza.

O cheiro de minha mãe era próprio das flores que ela cultivava e todos os dias lhes abençoava.

Ao ver minha mãe sempre naquele lugar, era como uma rosa entre o roseiral!

Pela manhã as borboletas vinham saudar as flores e alegrar o coração de minha mãe!

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