quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O TEMPO CONTRA O TEMPO






Gracinda Calado



Vivi fantasias e longas vitórias,

Viajei no tempo e no imenso espaço.

Cantei melodias, contei muitas histórias.



Plantei árvores no meu imenso jardim,

Chorei muitas lágrimas de saudades,

Não dei conta do tempo que passou para mim.



Tive filhos, netos, irmãos e meus pais,

O que mais posso desejar nesse mundo,

Além da guarida da vida que me levará?





O tempo pedirá conta do tempo que passou,

Corre como um rio caudaloso sem parar,

Não me dei conta desse tempo precioso,

Que nunca virá e nunca mais voltará.



Tempo de nascer, de crescer, de morrer,

Tempo de amar, de plantar, de colher.

Tempo de sentir, de florir, de sorrir,

Tempo de cantar, de chorar, de rezar...



Somente agora me dou conta do tempo

Meu companheiro, meu caro engano,

Amigo, me ama, me abraça, me pune,

Ainda me guarda aos setenta anos!

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