segunda-feira, 11 de julho de 2011

AS ANDORINHAS: MEMÓRIAS DE BATURITÉ

Gracinda Calado

As andorinhas vivem nas torres das igrejas.

Passam ligeiras como relâmpagos.
No verão elas disputam os lugares com os morcegos nos telhados.
À tardinha voam ligeiras para os seus ninhos.
Chegam em bandos como se chegassem para a guerra.
Obedecem a um comando de voz que só elas entendem.

Geralmente se localizam nos lugares mais altos das torres das igrejas.
Ali elas constroem seus ninhos, onde os homens não alcançam.
As andorinhas dormem cedo e pela manhã voam em bando fazendo algazarra.

Sempre gostei das andorinhas.
Elas defendem seus filhinhos contra os predadores.
São vidas cheias de liberdade e alegria!

As andorinhas são lembranças da minha infância,
Do tempo em que eu era feliz.
Voam rápidas, sem destino, sem hora,
Vestidas de preto jovens senhoras,
Protegem os filhotes nos seus ninhos.

Jamais alguém se manifestou um dia
Criar uma andorinha na gaiola.
Às vezes tenho dúvidas deste pássaro
Se ele é mesmo irracional...
Pois na vida defende-se do mal.

Pássaro negro, rápido, aventureiro,
Viuvinha, feliz é a andorinha,
Não dá bolas, jovem senhora,
Seu canto jamais alguém ouviu
Mesmo assim ela é feliz
Lá no cume da torre da matriz.

Um comentário:

  1. Nossa,tirei fotos a alguns dias atraz das andorinhas aqui em baturité,uma me chamou a atenção pois eu tirei as fotos daqui de cima da minha casa e elas estavam no fio de eletricidade e uma voava um pouco e voltava pro mesmo canto,bem de frente pra minha janela e me olhava nos olhos,estranho não?

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