É NOITE NA SERRA
Gracinda Calado
Quando o véu da noite desce, tudo escurece de repente.
O sol foge rapidamente como se não pudesse demorar nem um minuto.
As nuvens escuras anunciam a negritude do lugar como uma magia temporal.
Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,
E a solidão toma lugar nos seus caminhos.
Os sons que ocupam o lugar manifestam-se por entre as grandes árvores,
E a solidão toma lugar nos seus caminhos.
A coruja passa em rápido vôo para o esconderijo como se quisesse brincar de ‘esconde e esconde. ’
Minha atenção redobra-se calmamente a fim de ouvir um pio abafado.
Presa no ninho a rolinha geme e chora o frio da noite e os filhotes piam sem sossego.
O silencio fala na mata escura, meu coração anseia escutá-lo.
Mistérios da meia noite vão chegando em forma de sombras que saem das árvores majestosas e copadas.
Mágicas poesias são trazidas pelo vento ao meu coração.
No céu o cintilar fraquinho dos corpos estelares desfiam suas luzes em alto espaço sideral.
O meu peito chora as saudades de tudo que vivi e de tudo que não vivi ainda.
Uma emoção estranha se apodera de mim como se quisesse me adormecer e sonhar.
Já é tarde e a noite escura segue seu destino se preparando para receber brevemente o sol.
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